Uma nova proposta para tornar o transporte rodoviário de cargas mais barato e ágil, bem como os limites de resíduos em grãos, foram alguns dos assuntos discutidos nas reuniões da Câmara Temática de Logística e Infraestrutura do Agronegócio (CTLOG) e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão e Pulses. As reuniões foram realizadas nesta terça-feira, 24 de novembro.
A reunião da CTLOG discutiu, entre outros, a conjuntura da safra 20/21 de grãos e a proposta de implantar os chamados corredores logísticos, medida que consiste em integrar rodovias e hidrovias para facilitar o escoamento de grãos. A proposta é do setor logístico e será apresentada em breve ao Governo Federal.
Guilherme Bastos, diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), informou que, para o milho primeira safra, a produção total deve ser de 26,5 milhões de toneladas, e 64% da área prevista já foi semeada. Para a soja, a produção é estimada em 135 milhões de toneladas, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Da área total de 38,3 milhões de toneladas previstas para a oleaginosa, 79% já foi plantado.
Daniel Furlan, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), falou sobre a proposta Transporte Sem Papel, medida que pretende tornar o transporte rodoviário de cargas mais barato e ágil. De acordo com Furlan, imprimir documentos que já são emitidos eletronicamente configura um gasto extra para toda a cadeia produtiva. Ele ressaltou que é preciso rever as exigências para que a logística brasileira passe a usar as tecnologias disponíveis e se torne mais eficiente. Luiz Carlos Nemitz, secretário da ACEBRA, pontuou que a proposta é de extrema importância, e que, no Sul, a burocracia, é ainda mais evidente, uma vez que têm muitos trajetos com distâncias curtas. Um documento será encaminhado à ministra sobre a posição favorável da Câmara à medida.
Ao final, João Braz, diretor de Logística e Terminais do Porto do Açu, falou sobre o atual cenário e as projeções futuras para o local. De acordo com Braz, em breve haverá a instalação de empresas para o desenvolvimento de um hub industrial no porto, e que, futuramente, haverá produção de fertilizantes agrícolas no próprio porto, tornando-o um importante aliado do agronegócio nacional.
Na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão e Pulses, os presentes discutiram a necessidade da regulamentação a nível nacional dos microfuros em pacotes de feijão (RDC 91), além de continuarem os debates sobre limites de resíduos nos grãos de feijão.
Na ocasião, aprovou-se encaminhamento à Ministra Tereza Cristina sugerindo a elaboração de uma Instrução Normativa dispondo sobre a obrigatoriedade de produtores declararem, no corpo da nota fiscal referente aos lotes de feijão comercializados, que estes encontram-se de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Agricultura quanto ao controle de resíduos e contaminantes.
Quanto aos microfuros em pacotes de feijão, além de encaminhamento conjunto das Câmaras do Feijão e do Arroz com tal pleito, ficou acordado que um ofício será enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), recomendando o uso de microfuros nas embalagens.
Ainda, foram apresentados pela APROFIR os avanços do estado do Mato Grosso rumo à consolidação da rastreabilidade de sementes dentro da cadeia produtiva do feijão. De tal forma, foi acordado que o tema será debatido com maior profundidade em uma reunião extraordinária futura.
Textos: Marília Souza e Alysson Soares/ACEBRA
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