ACEBRA SE TORNA MEMBRO DA CÂMARA DO BIODIESEL

Mercado da soja e redução da mistura foram assunto na reunião da Câmara.

Os impactos para o setor de bicombustíveis, causados pela redução da mistura de biodiesel, e os preços da soja e derivados estiveram na pauta da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel (CSOB), realizada nesta terça-feira, 20, virtualmente. Na ocasião, a Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) teve seu pedido de assento apreciado pelos membros.

ACEBRA SE TORNA MEMBRO DA CÂMARA


O diretor-executivo da ACEBRA, Roberto Queiroga, apresentou a entidade e falou sobre o importante trabalho desenvolvido pelo setor cerealista. A ACEBRA solicitou assento nesta Câmara logo que as empresas cerealistas foram incluídas na política do Selo Biocombustível Social, e pretende contribuir com as discussões para fortalecimento da cadeia nacional de biocombustíveis. Após a apresentação, os presentes aprovaram a entrada da entidade para a Câmara. O próximo passo da Associação será encaminhar os nomes do titular e do suplente que irão representá-la junto a este colegiado.

MERCADO DA SOJA


Leonardo Amazonas, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre as expectativas para o mercado da soja. De acordo com a Conab, a produção da oleaginosa na safra 20/21 deve alcançar 135,5 milhões de toneladas. Segundo Amazonas, os preços da soja e derivados devem permanecer altos no mercado externo, influenciados pelo aumento da demanda chinesa, pelos baixos estoques americanos e pela redução da safra na Argentina. No mercado interno, Amazonas pontuou que a forte demanda, bem como os altos valores dos fretes, também devem contribuir para que os preços da oleaginosa e seus derivados permaneçam elevados. Leonardo Amazonas pontuou que o Brasil deve importar 400 mil toneladas de soja nesta safra, e deve exportar um volume de mais de 85 milhões de toneladas.

REDUÇÃO DA MISTURA NO BIODIESEL


Sérgio Beltrão, da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), falou sobre os impactos da redução da mistura de biodiesel para as cadeias alimentares, de 13% para 10%. A decisão foi tomada na semana passada, pelo Comitê Nacional de Política Energética (CNPE), em razão dos altos preços dos biocombustíveis, e deve começar a valer no próximo semestre. Beltrão afirmou que a capacidade de esmagamento, bem como a produção de óleo e farelo serão fortemente afetadas. A produção de carne de frango também sofrerá impactos. Sérgio Beltrão pontuou ainda que o setor de biocombustíveis vem contribuindo com o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país, e a redução da mistura pode desequilibrar a cadeia de biocombustíveis nacional.

Os presentes também falaram sobre a pongamia, uma árvore oleaginosa altamente sustentável e que é uma aposta futura para a produção de biocombustível, e também sobre alternativas para ampliar a cultura da canola no cerrado brasileiro.

A próxima reunião da Câmara será em Agosto.

Texto: Marília Souza/ACEBRA