As últimas atualizações sobre a recuperação judicial de produtores rurais estiveram na pauta da 14ª reunião ordinária da Câmara Temática de Crédito, Seguro e Comercialização do Agronegócio, realizada nesta quinta-feira (06), por videoconferência. As melhorias previstas para registrar imóveis e títulos em cartórios também foram discutidas.
Patrícia Ferraz, Diretora de Relações Institucionais do Registro de Imóveis do Brasil, falou sobre as propostas de melhorias do ambiente de negócios nos cartórios para o registro de imóveis e títulos. Segundo Ferraz, o objetivo principal é a padronização dos requisitos, a segurança e a celeridade dos registros. A diretora afirmou também que o sistema de registros deverá migrar completamente do físico para o eletrônico, tornando os processos mais simples e acessíveis para o produtor rural, possibilitando, inclusive, a contratação de crédito, o recebimento de documentos e assinaturas por meios completamente digitais. Ferraz pontuou ainda que a melhorias previstas devem integrar cartórios de todos os estados do país.
Renato Buranello, da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), atualizou os presentes sobre os últimos acontecimentos envolvendo a Recuperação Judicial de produtores rurais. Buranello afirmou que a legitimidade do produtor rural foi assegurada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), quando concluiu que somente os débitos tomados dentro do regime empresarial (após o registro) podem ser incluídos na recuperação judicial. Segundo Buranello, é necessária uma legislação específica sobre o assunto, e que, para isso, o tema deve estar sempre em discussão na Câmara de Crédito.
O Diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Pedro Loyola, fez um panorama sobre o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Loyola apresentou dados contratações do seguro rural em 2020, e pontuou que, somente no Rio Grande do Sul, devido à seca, foi pago mais de R$ 1 bilhão a produtores rurais do estado em 2020. O diretor falou também sobre o andamento de projetos de qualificação de peritos em seguro rural, e sobre a campanha que será feita, a nível nacional, para fomentar o uso e disseminar a cultura do seguro rural junto aos produtores rurais.
A próxima reunião da Câmara será em 05 de novembro.
Texto: Marília Souza/ACEBRA
A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil é uma das parceiras do evento DATAGRO Abertura de Safra Grãos – Soja, Milho e Algodão 2020/21, que será realizado nos dias 05, 06 e 07 de agosto de 2020.
O principal objetivo do encontro é criar um espaço inédito para discussão de todos os temas técnicos centrais necessários para o planejamento da próxima safra de soja, milho e algodão.
Além disso, participar do evento é uma excelente oportunidade para se atualizar sobre as novidades do setor de grãos e para se planejar para a próxima safra dos referidos grãos.
O evento terá a transmissão 100% online, e será realizada pela plataforma WebinarJam.
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A ACEBRA deseja que sejam dias proveitosos e de muito aprendizado!
O aumento do uso do solo no cerrado e na Amazônia e o desmatamento ilegal foram alguns dos assuntos discutidos na 47º reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, realizada virtualmente nesta quarta-feira, 29. As previsões de produção e exportação na safra atual também foram estiveram na pauta.
Gustavo Castro, da Embrapa Territorial, afirmou que a Embrapa terá, no segundo semestre, um sistema territorial estratégico para o bioma cerrado, com informações sobre território, socioeconomia, infraestrutura, reservas indígenas, áreas de proteção ambiental, entre outros, a fim de levantar e fornecer dados atualizados de interesse de todas as cadeias produtivas. Castro pontuou também um outro sistema está em andamento, que reunirá informações também para o bioma amazônico. Segundo Castro, aumentar a área plantada é uma das formas de se produzir mais, e afirmou que a agricultura brasileira continuará em expansão pelos próximos anos, mas considerando cada vez mais a sustentabilidade.
André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), falou sobre a expansão da soja no bioma amazônico, e pontuou que esse crescimento não foi responsável pelo aumento do desmatamento. Nassar falou também sobre o imenso potencial que o cerrado tem para o plantio de soja, considerando apenas áreas já desmatadas antes a reformulação do Código Florestal brasileiro, em 2008. Atualmente, mais de 97% da soja produzida no país se dá em áreas que não foram desmatadas recentemente. Nassar afirmou que o desmatamento ilegal é ruim pra toda a cadeia produtiva, e que é preciso fazer um combate à abertura ilegal de novas áreas de plantio, uma vez que isso afeta a imagem do agronegócio brasileiro pelo mundo.
Leonardo Amazonas, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre as previsões para o mercado da soja. As exportações brasileiras da oleaginosa devem diminuir, levando-se em conta o cumprimento da primeira fase do acordo entre EUA e China e o reequilíbrio da produção americana. A expectativa de aumento da produção da oleaginosa no Brasil na safra 2020/2021 deve possibilitar o aumento dos estoques finais, considerando a provável queda nos volumes exportados no próximo ano. Atualmente, cerca de 95% da safra anterior já foi negociado, e, devido ao dólar alto, os preços da saca da seguem aquecidos, assim como as exportações. Até julho, mais de 70 milhões de soja já foram exportados.
A próxima reunião da Câmara será em 25 de novembro.
Texto: Marília Souza/ACEBRA
A situação atual e as previsões para o mercado do milho estiveram na pauta da 34º reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Milho e Sorgo, realizada nesta terça-feira (28), por videoconferência. O novo Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, César Halum, participou da reunião e ressaltou a importância da cadeia produtiva do milho e sorgo para o agronegócio brasileiro.
Tomé Guth, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre o cenário do mercado no Brasil e no mundo e sobre as estimativas de produção e exportação do milho brasileiro na safra 2020/2021. Segundo Guth, a produção mundial de milho na temporada atual deve ser de 1.163.212.000 bilhão de toneladas. Mesmo tendo registrado queda nas últimas estimativas, os Estados Unidos, maior produtor do grão no mundo, deve ter colheita recorde.
Sobre o milho no Brasil, Guth falou sobre os problemas nas principais regiões produtoras, e pontuou que, ainda assim, a produção brasileira deve ser superior a 100 milhões de toneladas, um provável recorde. Sobre as exportações, a estimativa é fechar o mês de julho com mais de 5 milhões de toneladas enviadas para os mercados externos. Guth ressaltou ainda que o estoque de passagem deve ficar apertado em 2020. Outro destaque foi a comercialização acelerada das safras 2020/2021 de milho, sendo que a primeira já chegou a 85% de comercialização, e a segunda, do milho safrinha, cerca de 20% já foi negociado. O cenário se mantém positivo para o produtor, sem previsão de quedas nos preços.
Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura, apontou a necessidade de uma reestruturação da cadeia produtiva do milho, a fim de possibilitar o aumento da produção do grão no Brasil. Paolinelli pontuou que, se nada for feito, brevemente o Brasil precisará importar milho, considerando o aumento da demanda nos últimos anos.
O diretor-geral da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, falou sobre as queixas que o principal importador de milho do Brasil, o Japão, tem feito sobre resíduos do pesticida clorpirifós nas cargas do milho brasileiro. Mendes comentou que é necessário aprimorar o processo de amostragem, começando pela tombagem dos caminhões nas fábricas, para evitar que o Brasil sofra algum tipo de retaliação no futuro. Mendes comentou também sobre as reclamações de contaminação por salmonela, vindas principalmente do Vietnã. O presidente da Câmara, Sérgio Bortolozzo, ressaltou que o uso do clorpirifós é proibido tanto na produção quanto na estocagem do milho, e que é necessário aumentar a fiscalização para coibir completamente o uso do produto. Os presentes comentaram sobre a identificação de outros pesticidas em cargas de milho, como a permetrina, e pontuaram que essa conduta deve ser combatida por toda a cadeia produtiva do grão.
André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), falou sobre estudos que apontam a emissão direta de CO2 pelos principais países produtores de soja e milho no mundo, e também sobre estudos que apontam modificações do solo para aumentar a produção dos referidos grãos. Nassar pontuou que esses estudos são, por vezes, controversos, e que é preciso adotar medidas para que os produtores brasileiros não sejam acusados de desmatamento ilegal. Um documento, sobre o referido assunto, será encaminhado à ministra da Agricultura, Tereza Cristina
Charles Martins, da Embrapa Cerrados, falou sobre o enfezamento do milho, doença causada pelo inseto cigarrinha. Segundo Martins, a doença voltou a existir no Brasil em meados de 2015, devido ao plantio ininterrupto do grão e altas temperaturas, principalmente. Martins comentou sobre os efeitos mais comuns da doença nas lavouras, que pode reduzir a produção em até 70%. Para combater o inseto, há produtos registrados e autorizados pelo Ministério da Agricultura, e podem ser adotadas ações como a pulverização nas fases inicial e final da cultura e o estreitamento da janela de plantio, além de diversificar e rotacionar as cultivares de milho e eliminar as tigueras.
A próxima reunião da Câmara será realizada em 10 de novembro.
Texto: Marília Souza/ACEBRA
O ano de 2004 foi um marco para o setor cerealista gaúcho. Em função de dificuldades crescentes para o desenvolvimento da atividade, as empresas sentiram a necessidade de criarem uma entidade que as representasse formalmente frente a todos os setores da sociedade, fossem eles governamentais ou privados. Assim nasceu a ACERGS – ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS CEREALISTAS DO RIO GRANDE DO SUL. Sempre comandada por abnegados empresários e profissionais, a entidade vem representando dignamente o setor e proporcionando mudanças importantes para melhor desenvolvimento da atividade cerealista. 16 anos de muito envolvimento e paixão pelo agro.
Fonte: ACERGS
A produção brasileira de grãos deverá ser de 251,4 milhões de toneladas na safra 2019/2020. O desempenho recorde na agricultura deve-se, principalmente, às colheitas de soja e milho, responsáveis por cerca de 88% da produção. Os dados constam no 10º Levantamento de Grãos realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado nesta quarta-feira (8).
Nesta safra, a Conab estima a maior colheita já registrada para a oleaginosa, com uma produção de 120,9 milhões de toneladas. O bom resultado foi obtido, apesar dos problemas climáticos registrados principalmente no Rio Grande do Sul, com registro de produtividade média nacional maior que a da safra passada. O reflexo da boa produção pode ser visto nas exportações do produto. No primeiro semestre deste ano o país exportou 60,3 milhões de toneladas do grão, aumento de 38% em comparação com o mesmo período do ano passado. A elevação da cotação do dólar frente ao real contribuiu para esse número, aumentando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. A soja e os demais produtos do agronegócio contribuíram para um saldo de aproximadamente US$ 36 bilhões de dólares na balança comercial, algo em torno de R$ 190 bilhões.
A produção de milho também deve ser a maior já registrada. Com a colheita realizada em 25% da 2ª safra do cereal, a expectativa que o Brasil tenha uma produção superior a 100 milhões de toneladas. Resultado atingido mesmo com o atraso do plantio da soja, que impacta no plantio do milho, fazendo com que parte da semeadura tenha sido feita fora da janela ideal. Em Mato Grosso, principal estado produtor, as condições climáticas foram menos favoráveis que na safra passada, o que não permitiu às lavouras expressarem todo seu potencial produtivo.
Mas, o crescimento na área plantada deve compensar as influências negativas na cultura. Este aumento pode ser consequência dos preços praticados no mercado, em patamares remuneratórios ao produtor, que incentivou o plantio. Nesta ampliação do produto, o Brasil passa registrar uma terceira safra do cereal, puxada pela região produtora de Sergipe, Alagoas e pelo nordeste da Bahia (Sealba). Com a semeadura concluída, o desempenho depende das condições climáticas nos próximos meses.
Outro produto que já registra o plantio da 3ª safra concluído é o feijão. Mas, para a leguminosa, o clima tem maior influência nas áreas do Norte e Nordeste do país, uma vez que a produção registrada no Centro-Oeste é irrigada. Com o cultivo das três safras do produto, consumo e produção mantêm-se alinhados, próximo a 3 milhões de toneladas.
Culturas de inverno – Com o plantio das principais culturas finalizando, a Companhia segue acompanhando o desenvolvimento das lavouras e o impacto do clima. Destaque para o trigo, que apresenta expressivo crescimento na área plantada, chegando a 2,32 milhões de hectares, um aumento de 13,7%, podendo chegar a uma produção de 6,3 milhões de toneladas.
Confira outras informações sobre as demais culturas plantadas no país no documento completo do 10º Levantamento – Safra 2019/20, publicado no Portal da Conab.
Fonte: Conab
Com um valor total de recursos de R$ 236,3 bilhões, o Plano Safra 2020/2021 foi lançado na tarde desta quarta-feira, 17, em Brasília. O evento, realizado no Palácio do Planalto, contou com a presença de membros do alto escalão do governo federal, como o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
O Plano Safra 2020/2021 teve um aumento de R$ 13,5 bilhões no volume de recursos, em relação ao plano anterior. Os produtores rurais poderão contratar os financiamentos entre 1º de julho de 2020 e 30 de junho de 2021. Do total de R$ 236,3 bilhões, R$ 179,38 bilhões serão destinados para custeio e comercialização, 5,9% a mais que na safra passada, e R$ 56,92 bilhões serão destinados para investimentos, um aumento de 6,6% em relação ao plano anterior.
O Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) contará com R$ 33 bilhões para financiamento para pequenos produtores, com juros de 2,75% e 4% ao ano, para custeio e comercialização. Já para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), serão disponibilizados R$ 33,1 bilhões para médios produtores rurais, com taxas de juros de 5% ao ano para custeio e comercialização. De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, “o Pronaf é sempre prioridade”, e nesse Plano Safra, o Pronamp teve “um aumento mais expressivo” de recursos. Para os grandes produtores, a taxa de juros será de 6% ao ano.
Com um aumento de 30% em relação ao plano anterior, o valor dos recursos para a subvenção ao Prêmio do Seguro Rural chegou a R$ 1,3 bilhão, o maior montante da história do seguro rural. O valor deve possibilitar a contratação de 298 mil apólices, num montante segurado da ordem de R$ 52 bilhões e cobertura de 21 milhões de hectares. Para a construção de armazéns, o Plano Safra 2020/2021 disponibilizará R$ 2,2 bilhões. Para o financiamento de armazéns com capacidade de até 6 mil toneladas, a taxa de juros é de 5% ao ano.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ressaltou que este Plano Safra conta com “mais recursos, melhores condições de financiamentos e juros mais baixos”. Ela também lembrou que, graças ao trabalho do agro e das áreas de transporte e logística, o Brasil manteve o abastecimento em todo o país e honrou os compromissos com seus parceiros comerciais durante a pandemia do novo coronavírus, e afirmou que “nós, brasileiros saberemos valorizar mais quem trabalha no campo e faz chegar a comida em nossa mesa” após o fim da pandemia. Tereza Cristina pontuou ainda que a agricultura “será um dos principais motores na retomada econômica após a covid-19”.
Acesse aqui a apresentação do Plano Safra 2020/2021.
Texto: Marília Souza/ACEBRA
O 9º Levantamento da Safra 2019/2020, divulgado nesta terça-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirma o crescimento recorde da produção de grãos no país, estimada em 250,5 milhões de toneladas, ou seja, ou 8,5 milhões de t (3,5%) a mais do que o colhido em 2018/19. Em relação ao levantamento passado, houve queda de 400 mil toneladas na estimativa de produção. Mas o recorde da safra se mantém, resultado de uma área semeada de 65,6 milhões de hectares, com crescimento de 2,3 milhões de hectares (3,6%) sobre a safra passada.
Com a colheita finalizada praticamente em todas as culturas de primeira safra, e as de segunda em andamento, o que falta agora é a conclusão do plantio das culturas de inverno e os números resultantes da terceira safra. Além disso, será necessário observar o comportamento climático, que pode influenciar na produtividade destas culturas.
A soja apresenta uma produção recorde de 120,4 milhões de t, 4,7% a mais do que a safra 2018/19. Já o milho total, somatório da primeira, segunda e terceira safras chega ao recorde de 101 milhões de t com uma área de 18,5 milhões hectares. A produção nas três safras devem alcançar, respectivamente, 25,4 milhões de t, 74,2 milhões de t e 1,33 milhão de toneladas. A colheita de arroz está próxima do fim e sua produção está estimada em 11,1 milhões de t, 6,5% superior ao volume produzido na safra passada.
A produção de feijão chegará a 3,07 milhões de t, 1,9% superior ao obtido em 2018/19. A primeira safra está totalmente colhida, enquanto as lavouras de segunda safra estão em processo de colheita e as de terceira safra finalizando o plantio. Já o algodão em pluma tem uma produção estimada em 2,89 milhões de t, 3,9% superior à safra passada.
Finalmente, nas culturas de inverno, o trigo tem boas perspectivas, com um crescimento de 6,7% na área a ser cultivada e a produção devendo chegar a 5,7 milhões de t, dependendo do comportamento climático.
Safras de milho – Depois de se firmar como uma opção rentável para os produtores que aproveitam melhor a janela de plantio na segunda safra, começa a surgir a terceira safra de milho na região da Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia). A estimativa para este ano é uma colheita de 1,3 milhão de toneladas.
Clique aqui para conferir os números completos do 9º Levantamento – Safra 2019/20, publicado no Portal da Conab.
Fonte: Conab
A diretoria da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), juntamente com alguns executivos estaduais, se reuniu virtualmente com o Subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri, nesta segunda-feira, 08. Na pauta, a linha de crédito para investimento em armazenagem; DAP para as empresas cerealistas e Recuperação Judicial de produtor rural. Participaram da reunião, além do Subsecretário, o Presidente da ACEBRA, Arney Antônio Frasson; o Diretor-Executivo, Roberto Queiroga; o Presidente da ACEMAT, Jair Ruhoff; o Presidente e o Secretário-Executivo da ACEPAR, Flavio Andreo e Luciano Markiewicz; o Presidente e o Secretário-Executivo da ACERGS, Roges Pagnussat e Alceu Menegol; o Presidente da ACESC, Marcos Diniz; e o Assessor Parlamentar da ACEBRA, Alysson Soares.
O Presidente Arney Antônio Frasson iniciou a reunião agradecendo ao Subsecretário Rogério Boueri pela disponibilidade para a realização da agenda. Em seguida, o Diretor-Executivo da ACEBRA, Roberto Queiroga, questionou o Subsecretário sobre a portaria de equalização que o Ministério da Economia precisa emitir para que os recursos para as cerealistas investirem em armazéns sejam disponibilizados aos agentes financeiros. Rogério Boueri informou não saber o que a situação ainda não estava solucionada, mas afirmou que vai verificar junto ao Tesouro Nacional e em breve posicionará a ACEBRA sobre o assunto.
Sobre as taxas de juros da linha de crédito do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), se seriam alteradas de acordo com as taxas contempladas no Plano Safra 20/21, Boueri informou que, a princípio, elas não devem sofrer alterações, mesmo se as taxas do Plano forem mais baixas. Boeuri sugeriu que seja feito um ofício sugerindo que as taxas sejam diminuídas, mas que isso poderia ocasionar em menos operações e limites menores, uma vez que não há previsão de aumentar o valor da subvenção, R$ que é de 200.000.000,00.
O presidente da ACEBRA, Arney Antônio Frasson, afirmou que vê pouco apetite dos bancos de oferecerem recursos às empresas, com taxas e tempo adequado para pagamento, para investimento em armazéns. Frasson pediu a atenção do Subsecretário sobre possíveis mudanças que o BNDES poderia fazer nas taxas de juros, para facilitar a tomada de crédito por parte das empresas cerealistas para essas operações.
Roberto Queiroga situou Boueri sobre o andamento do decreto que visa incluir as empresas cerealistas na Política do Selo Combustível Social, que atualmente se encontra na Secretaria de Orçamento Federal do Ministério da Economia. Queiroga pontuou que é de suma importância o apoio do Subsecretário para que a reivindicação seja aprovada. Boueri afirmou que irá se inteirar da situação do decreto no Ministério, e que em breve dará um retorno ao setor.
Sobre Recuperação Judicial (RJ) de produtor rural, Boueri informou que a posição do Ministério da Economia é convergente com a da ACEBRA, e ressaltou que a área técnica do Ministério entende que RJ é para CNPJ, e que, para CPF entrar, as dívidas têm que ter características empresariais. Segundo Boueri, há uma luta para que pessoas físicas não entrem em massa na RJ, uma vez que uma flexibilização grande na emissão de Recuperação Judicial para pessoas físicas pode gerar um círculo vicioso.
Boueri pontuou que os produtores rurais quem pagam suas contas em dia não serão beneficiados com RJ para pessoa física, e que somente quem já está “encalacrado” se beneficiará com a medida. Segundo ele, RJ não é renegociação.
Arney pontuou que talvez até a própria lei sobre a Recuperação Judicial devesse ser questionada, e reafirmou a posição contrária da ACEBRA à RJ de CPF.
Texto: Marília Souza
Com o objetivo de falar sobre as perspectivas atuais e futuras para o agronegócio brasileiro, considerando as mudanças já trazidas pela pandemia do novo coronavírus, o Diretor-Executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Roberto Queiroga, participou, como palestrante, de uma transmissão online promovida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na tarde desta quarta-feira, 03 de junho. Representantes de outros setores do agronegócio também participaram da transmissão.
Edeon Vaz Ferreira, Diretor -Executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, falou sobre o setor logístico brasileiro, e o chamou de “calcanhar de Aquiles” do produtor rural. Segundo Ferreira, a capacidade de escoamento no Brasil é consideravelmente inferior à capacidade de produção, o que atrapalha a competividade do país. Edeon Vaz frisou ainda que, até 2028, somente o estado de Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, deve produzir mais de 100 milhões de toneladas de soja e milho, o que torna urgente investimentos em outros modais que possibilitem um escoamento mais eficiente da produção, como hidrovias e ferrovias. O Diretor-Executivo ainda abordou as diferenças nos preços dos fretes entre o Brasil, a Argentina e os Estados Unidos, e ressaltou que grande parte do transporte brasileiro ainda é rodoviário, e que é preciso desenvolver novos modais. De acordo com Edeon Vaz, há projetos em cursos, como as ferrovias Malha Paulista e Ferrogrão, que, somados a outros, aumentarão a capacidade logística brasileira.
O Diretor-Executivo da ACEBRA, Roberto Queiroga, falou sobre a importância da armazenagem de grãos para o setor produtivo brasileiro, e sobre as mudanças que devem acontecer nos modelos atuais de estocagem de grãos, a começar pela China. Segundo Queiroga, um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta que a China deverá aumentar os seus estoques reguladores para melhorar sua segurança alimentar e de suprimentos. Um outro estudo, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que, em 2029, haverá um déficit de 120 milhões em armazenagem no Brasil, e que é uma necessidade “pra ontem” incentivar a armazenagem no país. Queiroga ressaltou ainda que o setor cerealista e outros setores não se sentem motivados a investirem em armazenagem, e o principal motivo é as assimetrias que existem nas políticas públicas voltadas para o setor produtivo. Queiroga afirmou que, caso não haja investimentos em armazenagem, o agronegócio brasileiro enfrentará consequências.
O Diretor da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (FRENLOGI), deputado federal Edinho Bez (MDB/SC), falou sobre o trabalho da Frente no Congresso Nacional. Bez pontuou que o agronegócio é que dá sustentação à economia brasileira, e afirmou que é preciso melhorar as políticas públicas para facilitarem os investimentos em infraestrutura e logística no país. Segundo o deputado, a falta de segurança jurídica atrapalha os investimentos no setor, e, segundo ele, são necessárias mais concessões e privatizações para melhorar a competitividade logística do país.
Roberto Queiroga pontuou que a tecnologia é aliada, mas afirmou que ainda é deficitária quando o assunto é melhorar as operações logísticas no Brasil. Queiroga ressaltou ainda que a burocracia também atrapalha muito o setor, e frisou que a digitalização nas operações de frete é essencial e urgente. Segundo Queiroga, o DTe (Documento Eletrônico de Transporte), será capaz de oxigenar essas operações, e pontuou que o CIOT Para Todos traz custos desnecessários, além de representar um excesso de regulação no setor logístico, assim como a Tabela de Fretes.