CÂMARA DE CULTURAS DE INVERNO DISCUTE CONJUNTURA DO SETOR

Na tarde desta quarta-feira, 09, foi realizada a última reunião do ano da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno. O encontro, realizado virtualmente, contou com a presença do vice-presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil, Vicente Barbiero. Entre os assuntos discutidos, estiveram as diretrizes de Inovação Agropecuária do Ministério da Agricultura e as expectativas para a safra 20/21 de trigo.

MERCADO INTERNO


Flávia Machado, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre a conjuntura do setor de trigo no país. Segundo ela, o dólar em alta e problemas na Argentina, principal fornecedor brasileiro, fizeram com que as cotações do cereal alcançassem altos patamares no início de novembro. Ao longo do mês, fatores como o fim da colheita, aumento da oferta e queda do dólar fizeram com que os preços do grão recuassem. Machado comentou sobre as expectativas de produção na safra 20/21 nos estados, e ressaltou que os dados atualizados devem sair no próximo levantamento da safra de grãos, que será divulgado nesta semana pela Conab.

GIRO ESTADUAL


Os presentes falaram sobre as previsões de colheita de trigo nos estados. No Paraná, maior produtor nacional do grão, a produção estimada é de 3.084,3 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a Conab prevê colheita de 2.391,5 milhões de toneladas, mas, de acordo com Vicente Barbiero, esse número está acima do que vem sendo estimado pelas empresas do setor. Segundo ele, numa visão bem otimista, a produção total no estado pode chegar a dois milhões de toneladas, uma vez que as lavouras do estado foram fortemente castigadas pelas intempéries climáticas. Em Santa Catarina, estima-se que a produção seja de 175,3 mil toneladas, com trigo de ótima qualidade.

MICOTOXINAS


As alterativas para controle da giberela e redução de DON na cultura do trigo foram apresentadas por Erlei Melo, da Syngenta. De acordo com Melo, é preciso o uso de fungicidas potentes, como o metconazol, protioconazol e o pidiflumetofeno; observar o momento correto para aplicação e a previsão ou ocorrência de chuvas, entre outros. A Syngenta desenvolveu uma molécula capaz de controlar quimicamente as tais micotoxinas, e a Câmara decidiu encaminhar um ofício à diretoria de registro do Ministério da Agricultura solicitando a antecipação da liberação desse princípio ativo, para que fique disponível no mercado para os produtores rurais.

A próxima reunião da Câmara será em março.

Texto: Marília Souza/ACEBRA