CÂMARA DO MILHO DISCUTE IMPORTAÇÃO E ENFEZAMENTO

A importação de milho dos Estados Unidos, bem como as perdas causadas nas lavouras por causa do enfezamento no milho,  estiveram na pauta da reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, realizada nesta segunda-feira, 26, virtualmente. Carlos Vaccaro, representante da ACEBRA nesta Câmara, esteve presente na reunião.

PLANO SAFRA


Renata Rezende , da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPA/MAPA), fez uma análise geral dos recursos disponibilizados pelo Plano Safra 21/22. Na ocasião, Rezende falou sobre o aumento de recursos, comparando com o período anterior, e a manutenção de taxas de juros nos principais programas atendidos. 

Carlos Vaccaro aproveitou a oportunidade e pontuou sobre a não inclusão das empresas cerealistas como beneficiárias dos recursos destinados à armazenagem, e pediu apoio para que, no próximo ano, as empresas do setor sejam contempladas com recursos subsidiados, a longo prazo, para ampliar a capacidade armazenadora no país. 

CONJUNTURA DE MERCADO


Os presentes falaram sobre a atual situação do mercado do milho no Brasil. Devido à baixa oferta interna, o setor de proteína animal foi autorizado a importar milho dos Estados Unidos, o que foi autorizado recentemente pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A permissão inclui apenas produtos para consumo humano e animal, não podendo sementes para plantio. 

Também foram apresentados os mecanismos adotados para fiscalizar o limite de pesticidas no milho, depois que o Japão, grande consumidor do milho brasileiro, apresentou denúncias de que as cargas continham resíduos acima dos limites máximos permitidos pela legislação.

Ainda, os membros da Câmara falaram sobre a importância de se incentivar o plantio do milho no país, para que a produção futura do grão seja capaz de atender tanto a demanda interna quanto as necessidades externas, que devem aumentar nos próximos anos.

Outro assunto abordado foi a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná, que deve ser muito prejudicial para o escoamento da safra de milho do país. O uso de hidrovia é essencial e traz ganho logístico para o produto brasileiro, uma vez que reduz os custos com frete.

A Câmara fará um encaminhamento ao Ministério da Agricultura sobre o tema, bem como para a Câmara de Infraestrutura e Logística do Agronegócio (CTLOG).

CIGARRINHA E ENFEZAMENTO


Graciane Gonçalves, Coordenadora Geral de Proteção de Plantas (SPA/MAPA), falou sobre o andamento dos trabalhos relativos ao monitoramento do complexo dos Enfezamentos do Milho. Foram colhidas amostras dos principais estados produtores do grão, que tiveram registro de enfezamento, com presença ou não de cigarrinha. Tais amostras estão em processo de análise. Após a consolidação final dos resultados obtidos, serão feitos eventuais ajustes na metodologia e periodicidade dos monitoramentos, bem como a proposição de medidas subsequentes para enfrentamento desse problema nas lavouras brasileiras. O presidente da Câmara pontuou que, neste ano, alguns produtores sofreram mais com o enfezamento que com o déficit hídrico.

A próxima reunião da Câmara será em novembro.