CTLOG DISCUTE OBRAS HIDROVIÁRIAS E NOVO MODELO DE CONCESSÕES

Os membros da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio (CTLOG) se reuniram nesta quarta-feira, 20, em Brasília, na última reunião do ano. As obras hidroviárias previstas, as projeções para a safra 2019/2020 e o novo modelo para concessões rodoviárias foram os principais assuntos discutidos na reunião.

Safra de Grãos


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou as sobre as previsões para a safra 2019/2020 de grãos. Para a soja, a estimativa é de que sejam produzidas 120,9 milhões de toneladas. Dessas, estima-se que 2,9 milhões de toneladas sejam esmagadas para produzir biodiesel. Para o milho, a previsão é de que a produção da primeira e da segunda safra alcance 98,4 milhões de toneladas. A segunda safra, que representa 70% da produção nacional de milho, será plantada em janeiro, seguindo o mesmo cronograma da temporada anterior. Do total colhido, seis milhões de toneladas de milho, cerca de 5%, devem ser esmagadas para a produção de etanol.

Obras Hidroviárias


Karoline Lemos, Diretora de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), falou sobre as principais obras que previstas para serem realizadas, que são a Dragagem do Rio Madeira e o Derrocamento do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins. Essas obras têm impacto direto na logística de transporte dos portes do Arco Norte, e o principal objetivo delas é aumentar a navegabilidade dos referidos rios, fomentando o setor naval. O presidente da CTLOG, Edeon Vaz, pontuou que a hidrovia do Rio Madeira é de extrema importância para o agronegócio nacional, e afirmou que todos os esforços devem ser despendidos para melhorar esse importante meio de escoamento da produção agrícola.

Organização Marítima Internacional


Sobre a Emissão de Gases de Efeito Estufa(GEE) na navegação, os membros da Câmara debateram sobre as medidas a serem adotadas pela Organização Marítima Internacional (IMO, relacionadas à questão, e quais seriam os impactos dessas medidas nas exportações. Edeon Vaz afirmou que as mudanças prevista tornarão as operações mais caras, e que isso pode  impactar negativamente a renda do produtor final. Vaz ressaltou que o agronegócio brasileiro precisa acompanhar de perto as discussões sobre o assunto na IMO.

Ferrovia Norte-Sul


Pedro Palma, da Rumo Logística, falou sobre o trabalho desenvolvido pela empresa e sobre a  concessão do trecho da Ferrovia Norte-Sul. As obras do chamado tramo central, que liga Porto Nacional, no Tocantins, a Estrela D’Oeste, em São Paulo, já foram concluídas, e o trecho deve estar disponível para o transporte de cargas em até seis meses. O tramo sul, que liga Ouro Verde, em Goiás, a Estrela D’Oeste, deve ter as obras finalizadas em até dois anos. A Ferrovia Norte-Sul é tida como um dos principais projetos para escoamento da produção agrícola brasileira.

Novo Modelo de Concessões


Natália Marcassa, Secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias (SFPP) do Ministério da Infraestrutura, falou sobre o novo modelo de concessões de rodovias, previsto para ser adotado já nos próximos leilões. Segundo Marcassa, as mudanças serão efetivas para entregar ao usuário uma infraestrutura logística adequada, e que por esse motivo as tarifas de pedágio serão mais altas que no modelo atual.  Luiz Fayet, Consultor de Logística da Confederação da Agricultura do Brasil (CNA), defendeu a manutenção do modelo já existente, e afirmou que a competitividade do Brasil pode ser afetada com as novas medidas. Roberto Queiroga, Diretor-Executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), também defendeu que o modelo atual permaneça.  Segundo Queiroga, a transparência dos contratados deve ser considerada, assim como a política de menor tarifa, e que “o Governo tem que pensar em como diminuir os custos para os usuários das rodovias”. Edeon Vaz também defendeu que o assunto seja mais discutido com os usuários, em especial a questão de valores, já que são eles que pagam a conta.

A próxima reunião da CTOG será em 04 de março.