CADEIA PRODUTIVA DO TRIGO DISCUTE EXPECTATIVAS PARA O MERCADO

As estimativas para o futuro e a conjuntura atual do mercado do trigo, a mais importante cultura de inverno produzida no país, foram debatidas nesta terça-feira (16), na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno. O evento aconteceu na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em Brasília.

Novas diretrizes

O representante da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, Eduardo Marcusso, apresentou ao colegiado as novas diretrizes para as câmaras setoriais e temáticas, estabelecidas após pedido da ministra Tereza Cristina para que o trabalho delas fosse mais produtivo. Marcusso reforçou que as câmaras setoriais e temáticas devem ter como foco principal a proposição de políticas públicas que visem o desenvolvimento do agronegócio nacional.

PEP

Vicente Barbiero, presidente da ACERGS

Vicente Barbiero, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (ACERGS), questionou sobre a solicitação feita à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para reformulação do Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP). Barbiero pontuou que o Rio Grande do Sul é “o único estado que produz mais que consome”, e que os produtores de trigo do estado vão precisar do recurso na hora de exportar a produção excedente. A solicitação foi feita há três anos e a câmara ainda não teve resposta.

Roberto Queiroga, Diretor Executivo da ACEBRA

O Diretor Executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Roberto Queiroga, pontuou que as câmaras funcionam como órgãos de assessoramento do ministério e que os posicionamentos dos colegiados acerca dos assuntos eleitos como prioritários devem ser considerados, através de encaminhamento, acompanhamento e respostas devidas das demandas apresentadas, em tempo hábil, por parte do ministério e demais entidades envolvidas.

Trigo no Brasil e no mundo

O representante da Conab, Rodrigo Souza, apresentou a conjuntura atual do trigo no Brasil e no mundo. A produção mundial do grão será a menor em quatro anos, cerca de 733,5 milhões de toneladas. Em relação à produção na safra 2017/2018, a redução foi de 3,97%.

No Brasil, a estimativa é de que sejam colhidas 5,6 milhões de toneladas do cereal, um crescimento de 3,7% em relação à safra passada. Até abril, o país já importou 1,9 milhão de toneladas de trigo. A previsão é de que até o fim do ano, 7,4 milhões sejam compradas do mercado externo.

Nos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, a soma da produção de trigo deve alcançar 400 mil toneladas de trigo de alta qualidade, o que é considerado muito positivo. A colheita em São Paulo deve ficar por volta de 300 mil. No estado do Rio Grande do Sul, a estimativa é de que não haja grandes alterações na produção do grão, já que a área plantada foi mantida. Em Santa Catarina, houve redução de 10% na área de plantio, e consequentemente, a produção deve ser menor que no período anterior.

Moagem

Luiz Caetano, da Associação Brasileira das Indústrias do Trigo (Abitrigo), apresentou dados sobre a moagem efetiva nos moinhos brasileiros nos últimos dois anos. Em 2018, o volume de moagem alcançou mais de 12 milhões de toneladas.

Por último, os presentes deliberaram sobre a correção do preço mínimo do trigo, que teve aumento de 12,16%.

A próxima reunião da câmara será em 16 de julho.