DEFENSIVOS AGRÍCOLAS: DESAFIOS DO AGRO SÃO DISCUTIDOS NA CÂMARA DE INSUMOS

A situação do mercado de insumos no Brasil e a Lei dos Defensivos Agrícolas foram pauta da Reunião Ordinária- e comemorativa- de número 100 da Câmara Temática de Insumos Agropecuários (CTIA). A reunião foi realizada nesta segunda-feira, 17, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília.

O deputado federal Luiz Nishimori (PL/PR) compareceu à reunião e falou sobre a Lei dos Defensivos Agrícolas (PL 6299/02). O deputado defendeu que a Lei dos Defensivos precisa ser atualizada e que a burocracia para registros de novos insumos gera custos desnecessários. Nishimori desmistificou afirmações popularizadas sobre o uso de produtos de combate e controle de pragas e pontuou os benefícios oriundos de uma legislação adequada de defensivos agrícolas. O deputado ressaltou a importância da aprovação do Projeto de Lei e pontuou as relevantes contribuições do agro para a economia brasileira.

Luiz Pinazza, consultor da CTIA, afirmou que é necessária uma “molécula nova” capaz de proteger as lavouras, em especial a da soja, de doenças como a ferrugem. Pinazza afirmou que a aprovação do PL dos defensivos vai representar um importante salto tecnológico para o agronegócio brasileiro.

David Roquetti, da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), comentou sobre uma pesquisa realizada em grandes cidades, que mostrou que seis em cada dez pessoas confundem fertilizantes com pesticidas.

Guilherme Werneck, secretário da Câmara, apresentou o pedido de assento da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, solicitação aprovada imediatamente pelo pleito da CTIA. Em seguida, Werneck apresentou o novo modelo de memória, mais sucinto, das reuniões das câmaras setoriais e temáticas do MAPA, com foco em encaminhamentos para solução de demandas discutidas nas câmaras.

Sobre o mercado de insumos agropecuários, David Roquetti informou que o ano de 2018 bateu o terceiro recorde consecutivo de entrega de fertilizantes, com mais de 35 milhões de toneladas, um crescimento de 3, 1% em relação ao recorde de 2017.

O presidente da Câmara, Julio Busato falou sobre o fornecimento de energia elétrica, que segundo ele, “também é um insumo”, para propriedades rurais. De acordo com Busato, a energia solar pode ser uma alternativa para alavancar a produção agrícola em algumas regiões do país, em especial a região Nordeste.

O Diretor Adjunto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Bruno Rios, falou sobre o projeto de modernização da análise de toxicológicos da entidade, que tem como objetivo reduzir a fila de produtos a serem analisados e facilitar o cadastro por parte das empresas. Rios apresentou uma ferramenta desenvolvida pelo órgão para agilizar e tornar mais preciso o cadastro de insumos agrícolas, e afirmou que a ANVISA futuramente focará mais em pós-registro dos produtos, com objetivo de minimizar de fato os riscos para o agricultor que aplica o defensivo e para quem ingere o alimento.

Ao final da reunião, Julio Busato reforçou mais uma vez que o intuito do agro não é envenenar ninguém, e sim ter mais condições de continuar produzindo comida abundante, barata e de qualidade para a população brasileira.

A próxima reunião da CTIA está agendada para 16 de setembro.