EM REUNIÃO, CÂMARA DA SOJA DISCUTE PRAGAS QUARENTENÁRIAS EM CARGAS DA OLEAGINOSA

A incidência de pragas quarentenárias em cargas de soja exportadas para a China foi um dos assuntos discutidos na 50ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, realizada nesta quarta-feira, 22. As expectativas para a próxima safra também estiveram em pauta.

CONJUNTURA 


Leonardo Amazonas, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre a conjuntura da soja no Brasil e no mundo. De acordo com Amazonas, o USDA estima que a produção brasileira de soja seja de 144 milhões de toneladas na  safra 21/22, que se inicia agora. Quanto às cotações mundiais, estima-se que os preços da oleaginosa sejam influenciados no curto prazo pela colheita da safra norte-americana e pelo avanço do plantio da nova safra no Brasil e na Argentina .

No Brasil, a Conab aponta que a colheita na safra 20/21, que se encerrou neste mês, foi de 135,9 milhões de toneladas. Para a próxima temporada, a produção deve ser de 141,2 milhões de toneladas. Nesta safra, o produtor deve gastar mais no cultivo, uma vez que o dólar elevado encareceu insumos e fertilizantes, o que aumentou o custo de produção.

SEGURO RURAL


Pedro Loyola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), falou sobre o Programa Agir e o desempenho do Prêmio do Seguro Rural (PSR)  nos contratos da soja. De acordo com Fabrício Rosa, da Aprosoja, o valor definido no último Plano Safra para o Seguro Rural, que era de R$ 1,3 bilhão, não foi aprovado, e os R$ 925 milhões disponíveis não são suficientes para novos contratos para soja e milho, as maiores produções nacionais. Rosa afirmou que, após pedidos para recompor os recursos, o Ministério da Economia vai agendar uma audiência pública para discutir o assunto.

PRAGAS QUARENTENÁRIAS


Sérgio Mendes, da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), falou sobre as notificações do governo chinês sobre a incidência de pragas quarentenárias encontradas em cargas de soja importadas do Brasil. Mendes pontuou que a situação é preocupante, uma vez que as exportações brasileiras podem ser prejudicadas. Carlos Goulart, Diretor do  Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, afirmou que o número de notificações é  “extraordinariamente elevado”,  e que é preciso identificar internamente os pontos críticos de controle, bem como maneiras de evitar a entregas de novas cargas com incidência dessas pragas.  Um grupo de trabalho será criado, no âmbito da Câmara da Soja, para estruturar medidas de identificação e rastreamento de cargas contaminadas, bem como para combater o problema.

A próxima reunião da Câmara será em 23 de novembro.

Texto: Marília Souza/ACEBRA