EM REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA, CÂMARA DE CULTURAS DE INVERNO DISCUTE CONJUNTURAS DO SETOR

Os membros da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno se reuniram em reunião extraordinária, por videoconferência, para discutirem as expectativas para a safra 20/21 de trigo no Brasil. O Trigo HB4 também esteve na pauta da reunião, realizada nesta quarta-feira, 07.

PRODUÇÃO E COTAÇÕES


Flávia Starling, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), fez uma avaliação da safra 20/21 de trigo e afirmou que, nos últimos três meses, o preço do trigo no mercado internacional alcançou boas valorizações. De acordo com Starling, fatores como a demanda internacional muito ativa, o aumento das exportações dos Estados Unidos e intempéries climáticas na Argentina e outros países contribuíram para elevar consideravelmente os preços do grão. No mercado interno, Starling pontuou que apenas em junho houve desvalorização do grão, devido ao avanço da semeadura na região Sul e à expectativa de boa safra. Já em agosto, com as geadas que atingiram as lavouras, as cotações voltaram as subir.  Com relação à colheita, até o fim de setembro cerca de 63% já estavam colhidos no Paraná, e no Rio Grande do Sul, cerca de 1% da área plantada estava colhida no mesmo período. De acordo com Starling, na safra anterior houve aumento de produtividade na região Nordeste e nos estados do Centro-Oeste. Minas Gerais e São Paulo também registraram aumento na área plantada e na produção. Nesta safra, deve haver aumento de 8,7% na área plantada de trigo no Paraná, com produção total estimada em 3,2 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a produção total deve ser de 2,6 milhões de toneladas. O Brasil deve aumentar a produção de trigo em 32,2% neste período, e a produção deve totalizar 6,8 milhões de toneladas. Na safra anterior, esse número foi de 5,1 milhões de toneladas. As cotações devem permanecer altas ou estáveis.

TRIGO HB4


Alexandre Garcia, da Tropical Melhoramento & Genética (TMG), apresentou ao colegiado da Câmara o Trigo HB4, uma modalidade de grão geneticamente modificada, que foi submetido à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança em 2019 e será debatido com membros da cadeia em uma audiência pública no próximo dia 22. De acordo com Garcia, o gene vem do girassol e a tecnologia torna a planta mais resistente à seca, por atrasar o processo de deterioração celular e aproveitar mais os recursos hídricos do solo, o que aumenta a produtividade em situações de estresse ambiental. Garcia afirmou que o trigo modificado não representa riscos para a saúde humana nem animal, e pontuou que a doção de novas tecnologias deve ser o caminho para aumentar a produção da cultura no país.

A próxima reunião da Câmara será em 17 de novembro.

Texto: Marília Souza/ACEBRA