EXPANSÃO DA ÁREA PLANTADA É PAUTA NA REUNIÃO DA CÂMARA SETORIAL DA SOJA

O aumento do uso do solo no cerrado e na Amazônia e o desmatamento ilegal foram alguns dos assuntos discutidos na 47º reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, realizada virtualmente nesta quarta-feira, 29. As previsões de produção e exportação na safra atual também foram estiveram na pauta.

BIOMAS CERRADO E AMAZÔNICO


Gustavo Castro, da Embrapa Territorial, afirmou que a Embrapa terá, no segundo semestre, um sistema territorial estratégico para o bioma cerrado, com informações sobre território, socioeconomia, infraestrutura, reservas indígenas, áreas de proteção ambiental, entre outros,  a fim de levantar e fornecer dados atualizados de interesse de todas as cadeias produtivas. Castro pontuou também um outro sistema está em andamento, que reunirá informações também para o bioma amazônico. Segundo Castro, aumentar a área plantada é uma das formas de se produzir mais, e afirmou que a agricultura brasileira continuará em expansão pelos próximos anos, mas considerando cada vez mais a sustentabilidade.

EXPANSÃO DA SOJA E ÁREAS ILEGAIS


André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), falou sobre a expansão da soja no bioma amazônico, e pontuou que esse crescimento não foi responsável pelo aumento do desmatamento. Nassar falou também sobre o imenso potencial que o cerrado tem para o plantio de soja, considerando apenas áreas já desmatadas antes a reformulação do Código Florestal brasileiro, em 2008.  Atualmente, mais de 97% da soja produzida no país se dá em áreas que não foram desmatadas recentemente. Nassar afirmou que o desmatamento ilegal é ruim pra toda a cadeia produtiva, e que é preciso fazer um combate à abertura ilegal de novas áreas de plantio, uma vez que isso afeta a imagem do agronegócio brasileiro pelo mundo.

PANORAMA DA SOJA


Leonardo Amazonas, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre as previsões para o mercado da soja. As exportações brasileiras da oleaginosa devem diminuir, levando-se em conta o cumprimento da primeira fase do acordo entre EUA e China e o reequilíbrio da produção americana. A expectativa de aumento da produção da oleaginosa no Brasil na safra 2020/2021 deve possibilitar o aumento dos estoques finais, considerando a provável queda nos volumes exportados no próximo ano. Atualmente, cerca de 95% da safra anterior já foi negociado, e, devido ao dólar alto, os preços da saca da seguem aquecidos, assim como as exportações. Até julho, mais de 70 milhões de soja já foram exportados.

A próxima reunião da Câmara será em 25 de novembro.

Texto: Marília Souza/ACEBRA