MILHO: CÂMARA DISCUTE MEDIDAS PARA COIBIR RESÍDUOS DE INSETICIDAS EM GRÃOS

As medidas que estão sendo adotadas para incentivar boas práticas de armazenagem, a fim de evitar resíduos de agroquímicos em grãos além do permitido, foi um dos assuntos abordados na 36º reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Milho e Sorgo. A reunião foi realizada nesta terça-feira, 10, por videoconferência.

BOAS PRÁTICAS


Daniel Felipe Marra falou sobre os desdobramentos do grupo de trabalho criado após reclamações japonesas de resíduos de inseticidas acima do permitido em grãos brasileiros. De acordo com Marra, será feita uma campanha de conscientização para os membros da cadeia produtiva, com a criação e distribuição de uma cartilha de boas práticas no tratamento do grão, estímulo de ações de rastreabilidade, instruções para o uso de inseticidas para controle em milho armazenado, entre outros. O grupo já tem um material criado que, antes de ser distribuído, será encaminhado para análise das entidades interessadas e, posteriormente, deverá ser devidamente impresso e distribuído pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mistério da Agricultura.

SISTEMA ANTECIPE


Décio Karam, da Embrapa Milho e Sorgo, apresentou o Sistema Antecipe, que consiste em adiantar a safrinha de milho em aproximadamente 20 dias, fazendo a semeadura do grão antes da colheita da soja. Karam afirmou que a modalidade começou a ser pesquisada na Embrapa há 13 anos, e afirmou que os resultados são positivos e promissores. Karam ressaltou ainda que o objetivo da pesquisa não é substituir o plantio convencional da safrinha de milho, mas criar mais uma alternativa que facilite a vida do produtor e torne-o mais competitivo.  Karam afirmou que o Sistema Antecipe visa garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e a implementar práticas agrícolas resilientes, capazes de aumentar a produtividade e, consequentemente, a produção.

REGISTRO DE AGROQUÍMICOS


Carlos Goulart, Diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, falou sobre o registro de agrotóxicos e a lista de prioridades da, mecanismo adotado pelo Ministério em 2016 e que é considerada um sucesso, uma vez que agiliza o registro de produtos cruciais para o produtor. Goulart afirmou que o Mapa trabalha em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que soluções rápidas sejam tomadas, quando o assunto é registro de defensivos, e pontuou que a Lei nº 7.802, que trata, entre outros, do  registro e da fiscalização de agrotóxicos, precisa ser revisada. Goulart ainda comentou que falta pessoal para fazer análise de registro de agrotóxicos, e que o defensivo Paraquat foi abolido na pior hora para o Brasil.

A próxima reunião da câmara será em abril de 2021.

 Texto: Marília Souza/ACEBRA