RS: ESTIAGEM PROVOCA QUEBRA NA SAFRA DE GRÃOS

Foto: Francisco Aragão/Flickr

A mais severa estiagem em oito anos no Rio Grande do Sul tem causado grandes prejuízos aos produtores rurais do estado. Desde 2012 não se via um seca tão forte, e algumas regiões gaúchas chegaram a ficar mais de 40 dias sem chuva.

No início da safra 2019/2020, a expectativa para o Rio Grande do Sul era de colheita recorde na safra de soja, e que a produção dos principais grãos de verão fosse 5% maior que a safra anterior. Mas o longo período sem chuvas e o calor excessivo já mudaram essa projeção, e todas as lavouras de grãos do estado devem registrar perdas.

MILHO


A cultura do milho é a mais afetada. De acordo com o Presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (ACERGS), Vicente Barbiero, produtor de grãos no estado, a situação é muito crítica, e as perdas estimadas para o milho, após levantamento com associados, devem ultrapassar 30%. Segundo Barbiero,

“a estimativa era que o Rio Grande do Sul colhesse cerca de seis milhões de toneladas, e a previsão agora não chega a cinco milhões. A quebra de safra pode chegar a 1,2 milhão de tonelada”.

 

Lavoura de milho seca no RS. Foto: ACERGS

SOJA


Segundo Barbiero, as perdas na safra gaúcha de soja devem chegar a 10%. Inicialmente estimada em 19,7 milhões de toneladas, o presidente da ACERGS disse que já se fala em colheita de 17 milhões de toneladas da oleaginosa no estado. Mas a preocupação maior é daqui pra frente. “Agora é o período mais essencial de chuvas para a soja, e a previsão é de pouca chuva no estado no mês de janeiro”, afirmou.

Soja precoce sendo colhida devido à seca no RS. Foto: ACERGS

CHUVAS INSUFICIENTES


De acordo com o Relatório Oficial Nº 01/2020 sobre estiagem da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural divulgado nesta quinta-feira (16), as recentes chuvas ocorridas no estado não foram suficientes para reverter as perdas causadas pelo longo período de seca, e o desenvolvimento da cultura de milho continua em risco. O mesmo ocorre com as lavouras soja, que, devido à falta de chuvas, tem plantas com estatura mais baixa que o normal para o período.

Mais de 40 municípios do Rio Grande do Sul decretaram situação de emergência devido à seca. Além dos problemas nas lavouras, o setor leiteiro também foi fortemente afetado. De acordo com Vicente Barbiero, associações do setor afirmam que houve redução de cerca de 10% na produção diária de leite no estado.