CÂMARA DA SOJA DISCUTE DESAFIOS DA SAFRA NO RIO GRANDE DO SUL

Por Marília Souza/ACEBRA

Nesta semana, os membros da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja se reuniram de de forma extraordinária para discutir a situação logística no estado do Rio Grande do Sul, recentemente afetado por fortes chuvas e inundações.

Na ocasião, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou dados coletados pelo movimento S.O.S Agro sobre os impactos econômicos das enchentes que assolaram o estado.

Nereo Starlick, associado da ACERGS e o coordenador da Câmara Setorial da Soja no estado, falou sobre as perdas estimadas para a safra da oleaginosa, que superam os 4 milhões de toneladas somente nas lavouras que ainda não foram colhidas.  Starlick também falou sobre as dificuldades para o escoamento da produção já colhida e armazenada, já que a malha rodoviária sofreu danos e precisa ser recuperada em vários pontos do estado. O coordenador ainda ressaltou que as perdas dos produtores rurais são inúmeras, desde suas casas até maquinários, e “muita coisa tem que ser feita pra ontem”.

O acesso a linhas de crédito em dólar, com acesso de todos os elos da cadeia, para facilitar os empréstimos aos produtores rurais, também esteve na pauta da reunião. Ainda, foram tratados temas referentes à moratória da soja e ao aumento das taxas cartorárias.

O presidente da Câmara, André Dobashi, também falou sobre o déficit de armazenagem que existe no Brasil, que é de 70% na capacidade estática. De acordo com ele, a Câmara apresentará uma proposta para diminuir o tempo de financiamento (que é de 15 anos) e aumentar o volume de captação das linhas voltadas à investimento em armazéns.

TRIGO NO RS: PLANTIO EM ATRASO E PREVISÃO DE SAFRA MENOR

Por Marília Souza/ACEBRA

Como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já havia adiantado no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024, divulgado em 14 de maio, o plantio do trigo no Rio Grande do Sul deverá sofrer atrasos, em decorrência das fortes chuvas e inundações que atingem o estado desde o fim de abril.

O plantio da cultura é comum nos municípios do Alto Uruguai e na região das Missões, que também foram afetados pelas enchentes. Na região de Santa Rosa, as lavouras de inverno que já haviam sido implantadas, como trigo e aveia, sofreram perdas por erosão devido às chuvas.

A estimativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é de queda de 4,3% para a próxima safra de trigo. Ainda assim, o governo federal diz não ver risco para a safra do cereal. De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, “alguns produtores perderam equipamentos, outros têm problemas de solo, mas não temos essa preocupação de ficarem áreas sem plantar trigo no momento. Acho que dá tempo de começar a reconstrução e o plantio”. Fávaro destacou ainda que o plantio do cereal no estado gaúcho poderá ser feito até julho.

De acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a perspectiva é de que a área plantada de trigo na safra 2024 seja de 1,2 milhão de hectares, cerca de 300 mil a menos que no ano anterior. Ainda, a Farsul aponta que a menor oferta de sementes no mercado, o alto custo de produção e a cotação baixa da saca para venda, aliados às chuvas e inundações que atingiram o estado, também contribuem para a diminuição da área plantada de trigo nesta safra.

No início de maio, considerando o estado de emergência em que se encontrou o Rio Grande do Sul, o presidente da ACEBRA, Jerônimo Goergen, solicitou ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, intervenção para agilizar o processo de pagamento dos prêmios de trigo da safra 2023/2023, feitos, pela Conab. De acordo com Goergen, “a celeridade nesse procedimento é fundamental para garantir o bem-estar financeiro dos produtores e o desenvolvimento contínuo do setor agrícola.”

SOJA A SER COLHIDA NO ESTADO DEVERÁ TER 3% DE AVARIA

De acordo com Associação das Empresas Cerealistas, a estimativa indica um resultado de qualidade dentro dos padrões exigidos pela legislação

Grãos de soja colhidos no Rio Grande do Sul, depois do início das chuvas, deverão sofrer perda de teor de proteína | Foto: CNA / Divulgação / CP

Do total da soja a ser colhida no Estado, 3% deverá apresentar avaria nos grãos, em razão das chuvas e enchentes ocorridas desde o início do mês. A estimativa é da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs). “É um volume muito pequeno”, diz Roges Pagnussat, presidente da entidade. De acordo com o dirigente, o índice garante que a safra gaúcha da oleaginosa atenderá os padrões de classificação exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Dentro dos padrões de classificação do Mapa são tolerados 8% de grãos avariados dentro de uma carga de soja”, explica Roges Pagnussat.

O presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Jerônimo Goergen, salienta que “em algumas regiões, a perda [de qualidade] será maior. No Noroeste, já foi colhido. Em Vacaria, já foi colhido, mas na Região Central está mais complicado”, afirma. Em levantamento publicado pela Emater/RS-Ascar, no dia 9 de maio, o Rio Grande Sul havia colhido 78% dos 6,68 milhões de hectares dedicados à soja na safra atual.

Com a ocorrência da hecatombe climática em maio, a colheita foi praticamente interrompida. “Tivemos pequenas janelas [no mau tempo], no início do mês, em que foi possível o agricultor entrar na lavoura e colher. Foram janelas muito curtas no norte. No sul do Estado, o tempo favoreceu um pouco mais”, diz Pagnussat. De acordo com o dirigente, mesmo avariado, o grão poderá ter aproveitamento para a produção de ração com menor teor de proteína.

“Não é com a proteína ideal, de 45%, com as características de um grão normal”, explica Pagnussat. Cristiano Oliveira, professor do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da Universidade Federal do Rio Grande, esclarece que “o acúmulo de umidade tende a elevar a acidez do óleo de soja, o que pode reduzir a oferta de subprodutos de boa qualidade, especialmente para a indústria alimentícia”.

Pagnussat ressalta a impossibilidade de grãos que não atendam os requisitos de qualidade ou normas sanitárias serem recebidos por empresas cerealistas. “Produto que não passa nos mínimos requisitos não entra na armazenagem. Não tem sequer como movimentar o grão. Ele fica pastoso”, garante.

Pauta unificada

Jerônimo Goergen diz que a Acebra está trabalhando “nas negociações com o governo federal” para adoção de medidas que minimizem as perdas do agronegócio no Rio Grande do Sul. “Considerando o tamanho do problema e as diferenças regionais, deveríamos unificar uma pauta de todo o agro. É a minha sugestão”, afirma. Junto com outras sete entidades, a Acebra encaminhou ao Mapa um ofício com propostas nas quais estão incluídas a prorrogação e abatimento de dívidas de produtores rurais com fornecedores privados, liberação de linhas de crédito para capital de giro para empresas armazenadoras e fornecedoras de insumos ao produtor rural e indústrias frigoríficas, e direcionamento de recursos à recuperação da infraestrutura de abastecimento do agronegócio.

Por: Poti Silveira Campos/Correio do Povo

ENCHENTES NO RS: ACEBRA PROMOVE CAMPANHA PARA AJUDAR FUNCIONÁRIOS DE HOSPITAIS GAÚCHOS

Por Marília Souza/ACEBRA

Uma campanha iniciada pela Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), capitaneada pelo presidente Jerônimo Goergen, teve como objetivo assistir cerca de 2000 funcionários dos hospitais Santa Casa e Moinhos de Vento, ambos na capital Porto Alegre.

A campanha contou com o apoio de todo o setor cerealista, de empresários de diversos segmentos e de produtores rurais. No total, foram arrecadados R$ 850.000,00 para a os funcionários dos hospitais, que foram diretamente atingidos pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul.

Essa contribuição significativa garantirá que os funcionários assistidos possam continuar seu importante trabalho nos maiores hospitais da capital gaúcha.

Para o presidente da ACBRA, Jerônimo Goergen, “cada doação, grande ou pequena, representou um gesto de solidariedade e empatia que não passou despercebido. Vocês demonstraram o verdadeiro espírito de comunidade e compaixão, mostrando que juntos somos capazes de superar desafios e fazer a diferença.” Goergen ainda afirmou que “cada centavo doado será usado com responsabilidade e cuidado, garantindo que seu impacto perdure e continue a beneficiar aqueles que mais precisam.”

AJUSTES NA ÁREA DE MILHO E SOJA RESULTAM EM UMA PRODUÇÃO DE 295,45 MILHÕES DE TONELADAS NA SAFRA 2023/2024

A área semeada para a soja na safra 2023/2024 teve um ajuste a partir da identificação de novas áreas de cultivo no Maranhão, Goiás, Pará, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. O mesmo foi verificado para o milho 2ª safra. As informações estão no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024 divulgado nesta terça-feira (14) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Diante disso, a estimativa para a produção nesta temporada está em 295,45 milhões de toneladas de grãos. No entanto, as fortes chuvas registradas no Rio Grande do Sul trarão impactos negativos para o resultado final do atual ciclo.

“Não é possível ainda ter precisão nas perdas para o setor no estado. Os níveis de água estão elevados e o acesso às propriedades é difícil, impossibilitando que se faça uma avaliação mais detalhada. E vale ressaltar que neste primeiro momento a preocupação é com as vidas e com a garantia do abastecimento, fazer com que as pessoas atingidas pelas chuvas tenham o direito ao básico, como a alimentação”, reforça o presidente da Companhia, Edegar Pretto

Atualmente, a produção para o arroz está estimada em 10,495 milhões de toneladas. Porém, as frequentes e volumosas chuvas registradas no Rio Grande do Sul, principal produtor do grão no país, resultarão em perdas nas lavouras da cultura no estado. Os prejuízos ainda estão sendo mensurados, mas pelo menos 8% da área gaúcha para a cultura registrará perdas devido às volumosas chuvas. Nos demais estados, a colheita avança favorecida pela estabilidade climática. Até o dia 5 deste mês cerca de 80,7% da área semeada em todo país já estava colhida. A qualidade dos grãos colhidos é satisfatória, com bons rendimentos também na quantidade de grãos inteiros.

Para o feijão, as atenções se voltam para a segunda safra da leguminosa. Com a área toda semeada, as lavouras vêm apresentando um bom desenvolvimento. No Paraná, as chuvas foram irregulares nas principais regiões produtoras nas últimas semanas, mas, de acordo com as avaliações dos técnicos da Conab, é perceptível que as condições climáticas gerais estão melhores que no início do ciclo, beneficiando as lavouras mais tardias e devendo elevar a média produtiva da cultura em comparação à temporada anterior. Já em Minas Gerais foi verificado um leve incremento de área plantada em relação ao ano passado. As condições gerais das lavouras mineiras são consideradas boas, com a umidade do solo sendo favorável ao desenvolvimento da cultura. Somando as três safras do grão, a produção nacional deverá atingir 3,32 milhões de toneladas, volume 9,5% superior à produção de 2022/23.

O levantamento da Companhia também estima uma colheita de milho em 111,64 milhões de toneladas, redução de 15,4% se comparada com a temporada passada. A primeira safra do cereal teve, na maioria dos estados produtores, produtividades inferiores às obtidas no último ciclo, influenciadas por condições climáticas adversas ocorridas. Na segunda safra do grão, as condições não são uniformes. Em Mato Grosso, a maioria das lavouras encontram-se em enchimento de grãos, com bom desenvolvimento e boa reserva hídrica no solo. Porém, em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e parte do Paraná, a redução das precipitações em abril provocou sintomas de estresse hídrico em diversas áreas.

Em virtude dos ajustes de área e produtividade, neste levantamento, caso a condição de catástrofe climática não tivesse ocorrido no Rio Grande do Sul, a produção brasileira de soja, estimada nesse levantamento, seria superior a 148,4 milhões de toneladas. No entanto, a estimativa atualizada de produção da oleaginosa é de 147,68 milhões de toneladas, redução de 4,5% sobre a safra anterior. Com a atualização realizada, área total cultivada na safra 2023/24 é de 45,7 milhões de hectares, 3,8% superior ao semeado na safra passada. Porém, as produtividades foram inferiores às da safra passada em quase todo o país, reflexo das condições climáticas adversas ocorridas durante a implantação e desenvolvimento da cultura, com falta e excesso de precipitações em épocas importantes no desenvolvimento da cultura.

Já para o algodão, é esperado um crescimento de 16,7% na área cultivada, explicado, principalmente, pelas boas perspectivas de mercado. As condições climáticas continuam favorecendo as lavouras, predominando os estágios de floração e formação de maçãs. Com isso, a produção da pluma deve atingir 3,64 milhões de toneladas, recorde na série histórica da Conab.

No caso das culturas de inverno, a semeadura do trigo já teve início nos estados do Centro-Oeste e Sudeste e no Paraná. No Rio Grande do Sul, em face dos altos índices pluviométricos que vêm ocorrendo no estado, o plantio da cultura deverá iniciar com um certo atraso nas regiões mais quentes do estado (Alto Uruguai e região das Missões), que também são as responsáveis pelo maior plantio da cultura.

Mercado – Neste levantamento, a Conab fez ajustes no quadro de suprimento de arroz. Estima-se uma expansão do consumo nacional do grão para 11 milhões de toneladas na safra 2023/24. Essa revisão foi realizada com base no provável cenário de políticas públicas de incentivo à ampliação de consumo de arroz ao longo de 2024. As importações do grão foram aumentadas e agora estão projetadas em 2,2 milhões de toneladas, enquanto as exportações tiveram leve redução e podem atingir 1,2 milhão de toneladas. No entanto, essas estimativas serão atualizadas à medida que os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul forem mensurados, uma vez que os dados ainda são preliminares, dada a dificuldade de acesso às regiões afetadas. A redução deverá acontecer tanto no produto a ser colhido, quanto no grão já estocado em áreas inundadas.

Para a soja, a revisão na área cultivada permitiu um leve aumento na produção em relação ao último levantamento, o que possibilita uma estimativa de exportações em 92,5 milhões de toneladas. Mas, assim como no caso do arroz, a projeção tende a ser revisada à medida que os impactos das chuvas no estado gaúcho forem dimensionados. No entanto, a produção brasileira atende o abastecimento interno, devendo as vendas ao mercado internacional serem impactadas.

Outras informações sobre o cultivo e as condições de mercado sobre as principais culturas cultivadas no país podem ser encontradas no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024, publicado no site da Conab.

Fonte: Conab

DOE! O RIO GRANDE DO SUL PRECISA DA NOSSA AJUDA

Por Marília Souza/ACEBRA

A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) se solidariza com o povo do Rio Grande do Sul. Muitas vidas foram perdidas, muitas famílias estão fora de suas residências e sem o mínimo necessário para o dia a dia.

Muitas campanhas estão sendo feitas e sabemos que vários já fizeram suas doações e contribuições, mas gostaríamos de deixar encaminhado duas possibilidades para os que ainda querem e podem ajudar:

PIX da ACERGS – Associação das Empresas Cerealistas do Estado do Rio Grande do Sul, onde todo o valor arrecadado será revertido e entregue aos que precisam, com mantimentos e produtos de necessidades básicas.

 CHAVE PIX: 06.878.069/0001-07 (CNPJ ACERGS)

Através de doação via plataforma Vakinha, promovida pelo artista Badin, muito conhecido na região Sul.

CHAVE PIX: enchentes@vakinha.com.br / nome: Vakinha ID 4712837

O setor cerealista abraça o povo gaúcho e espera que logo todos os serviços básicos possam ser restabelecidos, levando de volta a normalidade a esse importante e valente estado.

Força ao Rio Grande do Sul!

ADIADO: SEMINÁRIO SOBRE A LOGÍSTICA BRASILEIRA SERÁ REALIZADO EM AGOSTO

Em virtude da gravidade dos impactos causados pelos eventos climáticos extremos que assolaram o Rio Grande do Sul, por respeito e solidariedade à população do Estado e às companhias que nele atuam, a organização do Seminário “Agenda 2030: Desafios da Logística Brasileira para a Competitividade Internacional” decidiu postergar o encontro para o dia 8 de agosto de 2024, no mesmo local, a sede da CNI – Confederação Nacional da Indústria, em Brasília.

Vale também mencionar que diversas empresas parceiras e associadas às entidades que promovem o evento, e que têm operação no Rio Grande do Sul, estão focadas na adoção de ações emergenciais para proteção de seus colaboradores e familiares, sem poupar esforços para este apoio imprescindível que se estende a toda população afetada em diversos municípios, tal qual para garantir o funcionamento seguro de suas plantas industriais, infraestrutura e retomar à normalidade o mais brevemente possível.

Além disso, estamos cientes de que os atores públicos envolvidos no evento também estão consternados com o ocorrido e focados em ações urgentes para socorrer e abrigar os desamparados, bem como em reparar os danos causados por essa calamidade.

É tempo de resiliência e união para buscar soluções conjuntas e mitigar as perdas sofridas até aqui e as que ainda podem ocorrer.

Vidas são prioridade. Futuramente, compartilharemos detalhes atualizados sobre o evento e sua programação revisada.

ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais

ACEBRA- Associação das Empresas Cerealistas do Brasil

ANUT Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga

CNI – Confederação Nacional da Indústria