EM EVENTO, ENTIDADES DISCUTEM DESAFIOS DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO E A COMPETITIVIDADE DO SETOR PRODUTIVO

Por Marília Souza/ACEBRA

Com o objetivo de discutir temas relacionados à logística ferroviária no Brasil e os desafios do setor produtivo brasileiro, será realizado no próximo dia 05 de agosto, em Brasília, o evento Desafios do Transporte Ferroviário e Competitividade do Setor Produtivo. A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) é uma das organizadoras do evento, juntamente com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Diversas outras entidades ligadas ao setor produtivo são apoiadoras do evento.

Gratuito e aberto ao público, o evento deve contar com a presença de diversas autoridades, como o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, Renan Filho, ministro dos Transportes e Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos. Ainda, diretores e representantes de entidades públicas e privadas também estarão presentes.

O evento contará com dois grandes painéis, sendo que o primeiro discutirá a situação do transporte ferroviário no Brasil, competição com outros modos de transporte e a evolução no escoamento da produção. Já o segundo painel vai abordar os desafios legais e regulatórios das concessões de ferrovias e a competitividade do setor produtivo.

Para os painéis, estão confirmados nomes como Valter Souza, diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Luis Baldez, presidente-executivo da ANUT, Tânia Zanella, superintendente-geral do Sistema OCB, Elisângela Lopes, coordenadora de Logística e Infraestrutura da CNA, Guilherme Sampaio, diretor-geral interino da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e André Nassar, presidente-executivo da ABIOVE.

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CTLOG DISCUTE ARMAZENAGEM E RECORDE DE SAFRA DE GRÃOS

Por Marília Souza/ACEBRA

O aumento da safra de grãos e o déficit de armazenagem no Brasil foram alguns dos assuntos discutidos na 101ª reunião da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio (CTLOG), realizada nesta quinta-feira, 17, no Ministério da Agricultura, em Brasília. Participaram da reunião o diretor-executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Roberto Queiroga, e o diretor-executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Estado de Mato Grosso (ACEMAT), Estenio Carvalho.

A reunião contou com a apresentação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sobre o último boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos, que deve ter produção recorde, com 339,6 milhões de toneladas, 14,2% superior à safra passada.

O diretor da Superintendência de Logística Operacional da Conab, Thome Luiz Freire Guth, apresentou um panorama dos principais pontos do Anuário Agrologístico, produzido pela Companhia, em que ressaltou a necessidade e a importância de se tratar com atenção a questão da armazenagem no Brasil. De acordo com Guth, “é preciso pensar a questão da armazenagem a nível estadual, e é importante entender pra quem deve se destinar o investimento, se para produtores rurais, ou para cerealistas, que também prestam um importante trabalho nesse sentido. Nós precisamos de um olhar focado na questão da armazenagem.”

A nova hidrovia do Rio São Francisco, projeto que visa vai garantir o transporte de cargas do Nordeste ao Centro-Sul do país, foi apresentada pelo diretor-presidente da Autoridade Portuária da Bahia (Codeba), Antonio Gobbo. A projeção é de que, já no primeiro ano, sejam movimentadas cinco milhões de toneladas de cargas pelo Rio São Francisco. O projeto também prevê integração com outros modais, como ferrovias e rodovias.

Para o diretor executivo da ACEMAT, Estênio Carvalho, “o andamento das safras de milho têm nos chamado muito a atenção, estamos acompanhando de perto aqui no estado de Mato Grosso. Já a cultura do trigo chama a atenção por, de acordo com os dados da Conab, não estar indo tão bem, e pelas propostas de negociações que a ACEMAT tem recebido, para participar de projetos que visam abastecer os mercados de outros estados com trigo produzido aqui no MT.”

A próxima reunião da CTLOG será realizada em setembro, e a ACEBRA continuará acompanhando as discussões desse importante fórum temático.

ANÁLISE CNA: IOF E SELIC DESACELERARAM A ECONOMIA E ENCARECECERAM O CRÉDITO

Nesta semana, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou a Análise CNA, um panorama das principais cadeias produtivas brasileiras.

O material, produzido pelo Núcleo de Inteligência de Mercado, apresenta dados sobre grãos, etanol, pecuária, clima e comércio internacional, e também faz uma avaliação sobre o cenário econômico, com destaque para o Plano Safra 2025/2026, apresentado em 1º de julho.

Para a safra de grãos, o documento traz a estimativa recorde na produção, com 336 milhões de toneladas, bem como uma maior diversificação de culturas na 2ª safra, especialmente sorgo, gergelim e algodão (+113%), de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A análise aborda ainda dados sobre etanol, também apresentou crescimento impulsionado pelo milho, e sobre a pecuária, com a recuperação do status sanitário do Brasil livre de gripe aviária.

O cenário internacional também foi considerado, com o conflito Irã-Israel pressionando os mercados, em especial o comércio de insumos agrícolas.

No cenário econômico interno, a possível alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Selic a 15% ao ano desaceleraram a economia e os investimentos no país, o que tornou o crédito mais caro e reduziu investimentos no campo.

Quanto ao Plano Safra 2025/2026, o boletim da CNA afirma que o valor de R$ 594,4 bilhões foi abaixo do “esperado e necessário” pelo setor produtivo nacional.

Acesse a análise e fique por dentro!

https://www.cnabrasil.org.br/publicacoes/analise-cna-junho-de-2025

Fonte: CNA

NOTA DA ACEBRA SOBRE AS TARIFAS IMPOSTAS PELOS ESTADOS UNIDOS

A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) manifesta preocupação diante da decisão unilateral do Governo dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais de 50% sobre as importações de produtos brasileiros. A medida representa um grave retrocesso nas relações comerciais historicamente equilibradas e cooperativas entre os dois países, que sempre se pautaram pelo diálogo, pela confiança mútua e pelos princípios do livre comércio.

Tarifas dessa natureza comprometem o ambiente de negócios, prejudicam diretamente produtores, empresas e consumidores, e afetam negativamente a previsibilidade necessária para o comércio agrícola internacional. Ao longo de décadas, Brasil e Estados Unidos construíram uma relação sólida baseada no respeito e no benefício mútuo, sendo inaceitável que divergências pontuais comprometam esse histórico positivo.

A ACEBRA entende que questões comerciais devem ser tratadas com responsabilidade e diálogo. O setor cerealista brasileiro acredita que apenas por meio da diplomacia e da cooperação entre governos e setores privados será possível evitar danos maiores à economia dos dois países e manter um ambiente propício ao investimento, à produção e à geração de empregos.

Esperamos que os canais institucionais sejam acionados com urgência para restabelecer o equilíbrio e a racionalidade, preservando os laços comerciais que tanto contribuíram para o desenvolvimento agrícola de ambas as nações.

Brasília, 10 de julho de 2025.

Jerônimo Goergen

Presidente da ACEBRA

PRODUÇÃO PODE ALCANÇAR 339,6 MILHÕES DE TONELADAS E SUPERAR SAFRA ANTERIOR

Estimativa atual representa crescimento de 14,2% em relação à temporada passada

A produção brasileira de grãos para a safra 2024/25 é estimada em 339,6 milhões de toneladas, um volume recorde que representa aumento de 14,2% ou 42,2 milhões de toneladas frente à colheita do ciclo anterior. O resultado consta do décimo levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e reflete a combinação de fatores como clima favorável, ampliação da área plantada, maior investimento tecnológico e estímulo por políticas públicas.

A área cultivada no país totaliza 81,8 milhões de hectares, crescimento de 2,3% na comparação anual. O aumento é puxado principalmente pela soja, cuja área cresceu 3,2% (1,5 milhão de hectares), seguida pelo milho com 2,4% (507,8 mil hectares) e pelo arroz, que apresentou incremento de 140,8 mil hectares. Embora o plantio das culturas de inverno tenha sido prejudicado por excesso de chuvas na Região Sul, os demais cultivos avançam satisfatoriamente nas diversas etapas do ciclo.

A soja deve alcançar produção de 169,5 milhões de toneladas, avanço de 14,7% em relação à safra passada. A produtividade média também é recorde, estimada em 3.560 kg/ha, com destaque para Goiás, onde atingiu 4.122 kg/ha. Já o milho, somando as três safras, tem produção prevista de 132 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 14,3%. A primeira safra já está quase toda colhida, enquanto a segunda safra segue em processo de amadurecimento. Atualmente, cerca de 27,7% das plantações já foram colhidas, enquanto 65% ainda estão na fase de maturação.

O arroz, com colheita encerrada, apresenta recuperação e deve alcançar 12,3 milhões de toneladas, alta de 16,5%. O aumento na área semeada e o bom desempenho climático, sobretudo no Rio Grande do Sul, explicam o resultado. No caso do feijão, a produção total estimada é de 3,15 milhões de toneladas, 1,3% inferior ao ciclo anterior, mas com bom desempenho na primeira safra, que cresceu 12,8%. As lavouras da segunda safra seguem em maturação e colheita, e a terceira está em desenvolvimento.

O algodão tem produção prevista em 3,9 milhões de toneladas de pluma, com 7,3% da área já colhida e 78,9% em maturação. O crescimento de 6,4% na produção reflete o aumento de 7,2% na área cultivada. Mato Grosso lidera com quase 70% do total nacional, seguido pela Bahia com pouco mais de 20%. Já o trigo, ainda em plantio em boa parte dos estados do Sul, registra redução de 16,5% na área e expectativa de produção de 7,8 milhões de toneladas. A maior parte das lavouras está entre emergência e desenvolvimento vegetativo, mas já há áreas colhidas no Centro-Oeste e Sudeste.

A evolução da safra é monitorada mensalmente pela Conab, com base em mais de 540 combinações de dados de área e produtividade, por cultura e por estado. As estimativas utilizam modelos estatísticos e informações de campo coletadas por mais de 4.000 agentes em todo o país, incluindo análises objetivas com imagens de satélite e observações climáticas. O levantamento atual ainda pode ser ajustado conforme o comportamento do clima nos próximos meses, especialmente nas culturas em final de plantio ou em fases iniciais de desenvolvimento.     

Mercado – A recente elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, aprovada pelo CNPE, impulsiona o mercado de soja ao aumentar a demanda por esmagamento. A expectativa é de processamento adicional de cerca de 935 mil toneladas do grão, o que eleva a produção de óleo para 11,37 milhões de toneladas e a de farelo para 43,78 milhões de toneladas, com consequente alta no consumo interno e nos estoques desses derivados. Apesar da leve redução na estimativa de produção da soja em grão, as exportações seguem praticamente inalteradas, com previsão de 106,22 milhões de toneladas.

No milho, o forte crescimento da demanda doméstica, principalmente para a produção de etanol, deve absorver parte do aumento na oferta, estimada em 132 milhões de toneladas. A previsão é de que 90 milhões sejam consumidas internamente, enquanto as exportações podem cair levemente, em meio à maior competitividade internacional. Com isso, os estoques finais devem crescer de forma expressiva. Para o arroz, a recomposição da produção nacional, aliada à perspectiva de queda nos preços internos, deve estimular a retomada das exportações. As importações permanecem estáveis e os estoques finais tendem a aumentar.

No caso do feijão, o mercado apresenta tendência de queda nos preços, mesmo com oferta ajustada, refletindo consumo lento e resistência do varejo na reposição de estoques. O algodão, por sua vez, mantém boas perspectivas externas, especialmente na Ásia, embora a menor demanda da China e o alto volume estocado pressionem os preços. Nas culturas de inverno, como trigo, aveia e canola, o avanço da semeadura ocorre sob influência do clima, com expectativa de produtividade ainda baseada em históricos. A cevada apresenta redução de área em alguns estados, enquanto o sorgo ganha espaço com boa aceitação na indústria de ração e etanol.

Para informações detalhadas, o Boletim da Safra de Grãos está disponível no site da Conab, assim como os boletins complementares de monitoramento agrícola e de progresso da colheita, que permitem o acompanhamento contínuo da evolução da safra em todo o território nacional.

Fonte: Conab

COM VALOR DE R$ 516,2 BILHÕES, GOVERNO FEDERAL LANÇA PLANO SAFRA 25/26

Foto: Beatriz Batalha/Mapa

O Governo Federal lançou na manhã desta terça-feira, 1º de julho, o Plano Safra 2025/2026. O evento foi realizado em cerimônia no Palácio do Planalto e contou com a presença do presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

O Plano desempenhará o valor total de recursos de R$ 516,2 bilhões, com acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior, que foi de R$ 508,59 bilhões. Serão ainda investidos R$ 89 bilhões para políticas de crédito rural, compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica e garantia de preço mínimo

> Destaca-se os seguintes valores para empenho 25/26:

> Custeio e Comercialização: R$414,7 Bilhões;

> Investimentos: R$ 101,5 bilhões com taxas que variam de 8,5% a 13,5% ao ano, de acordo com cada programa e finalidade;

> Demais produtores e cooperativas: R$ 447 bilhões; e

> Médios produtores rurais: R$ 69,18 bilhões em recursos controlados para o Pronamp, cujos beneficiários têm acesso à taxa de juros de 10% ao ano para custeio.

💸 Taxas de Juros 25/26:

– PCA: até 12.000 ton: 8,5%;

– RenovAgro e PCA: 10%;

– Custeio Empresarial: 14%;

– Pronamp: 10%;

– Moderfrota: 13,5%;

– Inovaagro: 12,5%;

– RenovAgro Ambiental e Recuperação/Conservação de Pastagens: 8,5%;

– Proirriga e Invest. Empresarial: 12,5%;

– Prodecoop e Procap-Agro: 13,5%; e

– Moderfrota Pronamp: 12,5%.

Para o presidente da ACEBRA, Jerônimo Goergen, “o que temos, na prática, é um ambiente de insegurança: ameaças de aumento de impostos sobre ferramentas essenciais como a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) afastam investidores e encarecem ainda mais o custo do financiamento privado. Isso afeta todo o setor — inclusive a agricultura familiar, que, mesmo sendo foco da política oficial, enfrenta dificuldades reais para acessar crédito a taxas viáveis.” Goergen ainda ressaltou que “diante desse cenário, nós, cerealistas, estamos criando alternativas concretas para financiar a produção com mais autonomia e eficiência. Um exemplo é a Cerealcred, iniciativa voltada a oferecer soluções de crédito privadas, estruturadas, com foco na realidade do campo e nas relações de confiança entre os agentes da cadeia.”

Em coletiva, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), rebateu afirmações de que o Governo Federal estaria promovendo um “patrocínio” ao agronegócio, destacando o papel crítico do setor para a sustentabilidade econômica e alimentar do Brasil.  “O agronegócio é essencial para o superávit comercial do país, segurança alimentar e geração de empregos. A renúncia fiscal é o mínimo para compensar os custos elevadíssimos enfrentados pelo setor, especialmente em relação à logística, insumos e operações”.

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