Câmara da Soja debate plano safra, impostos e manual de boas práticas

 

No último dia 17 foi realizada em Brasília a 43ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja. Com o tema central sobre o Plano Safra, a Câmara reuniu diversas entidades representativas do setor do agronegócio.

Glauber Silveira, presidente da Câmara, iniciou as explanações falando da importância do Plano Safra e de suas perspectivas aos recursos para equalização e subvenção ao prêmio ao Seguro Rural. O Plano garante crédito para o agricultor investir e custear sua produção. Entretanto, atentou que há necessidade de mais compromisso por parte do Governo Federal, garantias, para fortalecer ainda mais essa produção.

Wilson Vaz de Araújo, Secretário de Política Agrícola, afirmou que o montante dos recursos destinados ao Plano Agrícola e Pecuário, reforça a prioridade do país ao agronegócio e ao incentivo à retomada do crescimento econômico.

André Peralta, diretor do DFIA/DAS do MAPA, discorreu sobre a situação dos registros de defensivos, que possuem prioridade para a soja. André falou sobre um crescimento significativo de registros nos últimos 5 anos, de 110 em 2013 para 405 em 2017, e que o objetivo é que cresça muito mais chegando a 600. Esse aumento ocorreu devido a troca de gestão da Anvisa, que hoje prioriza a ciência e a pesquisa do que ideologias pessoais.

Leonardo Amazonas, da CONAB, apresentou a Conjuntura de Soja – 2017/18 onde destacou as exportações Americanas (até 05/04/2018) de 42 milhões de toneladas, as vendas para exportações até (05/04/2018) de 11 milhões de toneladas e as estimativa de exportações americanas para a safra 2017/18, que são de 56 milhões de toneladas, sendo que faltam 22 semanas para o fim do ano comercial americano. E ainda a previsão de recordes na produção e exportação de soja com aumento de negócios com a China, em meio à quebra de safra da Argentina.

Aprosoja debateu a classificação da soja e avaliação das normas do MAPA e dificuldades enfrentadas na safra pelos produtores. De acordo com a entidade, que fez críticas em relação ao manual de boas práticas lançado em fevereiro deste ano, os produtores estão sofrendo com a disparidade sobre procedimentos para classificação, que não estão sendo realizados de forma transparente, justa e imparcial, por quem recebe o produto. De acordo com os membros presentes, todos foram solícitos em melhorar e aperfeiçoar a cartilha e estudar a possibilidade de aprimoramento técnico, investimento em qualificação dos técnicos responsáveis pela administração da classificação.

A ACEBRA, juntamente com a ABIOVE, OCB e ANEC foram as entidades responsáveis pela produção do Manual de Classificação. As entidades estão seguras quanto à qualidade das informações prestadas que contou, inclusive com intuições técnicas e com o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em sua elaboração. Todas as entidades envolvidas se dispõem a debater tecnicamente cada item do Manual, desde que sejam afastados debates passionais, acalorados sem fundamento científico e técnico.

Em assuntos gerais, SINDIVEG mostrou um estudo, ainda não conclusivo, sobre o aumento de impostos aos agrotóxicos, relacionados a ADI 5553 que é contra cláusulas do Convênio 100/1997. A solicitação, também apresentada em outras câmaras, é a criação de um Grupo Técnico e a elaboração de uma moção conjunta com os membros da Câmara a ser enviada ao Ministro Blairo Maggi, buscando uma audiência pública para discutir o tema.
Também foi discutido a possibilidade da próxima reunião, que está marcada para o dia 4 de julho, acontecer durante a oitava edição do Congresso Brasileiro de Soja (CBsoja) será realizada de 11 a 14 de junho de 2018, no Centro de Convenções de Goiânia.