Foi realizada na tarde desta quarta-feira (04) a 29ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, na sede do Ministério da Agricultura em Brasília. Entre os assuntos de destaque, a alta dos preços do mercado e o crescimento da produção do etanol de milho.
Antônio Álvaro Purcino, Chefe Geral da Embrapa Milho e Sorgo, deu início as apresentações falando sobre os programas Capacitação Irrigaweb, Plano ABC – criado em 2010 para estimular a agricultura de baixo carbono – e o aplicativo “Doutor Milho”. Foram destacados os esforços para estimular a educação à distância, com ênfase na capacitação digital, pois é grande o volume de informação produzido pela entidade que muitas vezes não chega até o produtor.
Em seguida, Thomé Guth da Conab, falou sobre o mercado de milho. Guth informou sobre a oferta e demanda mundial de milho e a quebra da produção da Argentina, que deverá reverter a exportação para o Brasil e Estados Unidos. Com o aumento do consumo interno, devido a produção de etanol de milho, e das exportações, devido a facilidade e menor custo logístico proporcionado por diversos portos, os produtores que ainda não venderam todo seu estoque estão aguardando por melhores preços. Entretanto, Guth atentou que a situação, que é atualmente favorável, pode reverter a qualquer momento.
Plinio Nastari, do Conselho Nacional de Política Energética, explanou sobre o programa RenovaBio, que afirma o etanol como uma opção moderna e eficiente de combustível. O objetivo central do programa é a indução de eficiência energética na produção e uso de biocombustíveis e o reconhecimento da capacidade de cada biocombustível em promover descarbonização. O RenovaBio busca também a precificação de carbono pelo mercado, recompensando a eficiência individual e não um padrão geral; desenvolver e implementar inovações na direção de maior competitividade na produção de biocombustíveis/bioenergia de forma sustentável e estimular a expansão da produção e do uso, independente de mandatos de governo.
Sobre etanol de milho, Ricardo Tomczyk, da União Nacional de Etanol de Milho – UNEM, atentou que temos abundância de matéria prima e com a alta da produção ocorre o fim da manipulação dos preços da gasolina, a recuperação da economia, e que cada vez mais produtores e empresas privadas assumem sólidos compromissos ambientais. Atualmente a produção anual está em 28 MM de litros e a meta é chegar em 2030 com 55 a 60 MM litros. A concentração da produção está no estado de Mato Grosso, que possui em operação as usinas Usimat, Destilaria Libra, Usina Pantanal/Porto Seguro, FS Bioenergia LRV e SJC, em Goiás. Entre os principais desafios do etanol de milho estão a questão da logística (acesso aos mercados Norte e Nordeste / Centro Sul e Sudeste); a tributação adaptada à nova cadeia produtiva; a padronização; o fornecimento de biomassa; e a regulamentação do RenovaBio.
A próxima reunião da Câmara de Milho e Sorgo está marcada para o dia 10 de Junho.