Câmara Setorial do Feijão apresenta situação do Plano Nacional da cadeia

Foi realizada em Brasília nesta quarta-feira (21) a 38ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão, no Auditório Jonas Pineiro, no MAPA. Presidida pelo Diretor Executivo da ACEBRA, Roberto Queiroga, a câmara teve como tema central a regulação da cadeia do feijão. “Essa pauta é uma iniciativa necessária, com o objetivo de dar uma segurança, não só para a comercialização do nosso produto no mercado interno e externo. É importante que o setor caminhe numa direção onde certas práticas e cuidados sejam efetivamente visíveis pelos diversos atores da cadeia”, declarou Queiroga.

Egon Schaden, Assessor Especial da ACEBRA e Secretário do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses, explanou sobre a situação da criação do Plano Nacional. Egon informou que estão aguardando manifestação das Secretarias e Departamentos do MAPA para aprovação do texto. E após essa versão corrigida será encaminhada novamente as entidades para inclusão de novos elementos se for necessário. “A previsão de cerimônia de lançamento é para a primeira quinzena de maio”, informou.

Seguindo com a pauta, foi apresentado o Programa de Autorregulação da Cadeia do Feijão e Arroz, em fase de estruturação pela ABIARROZ. Hoje, o varejo segue pressionando por ter preços cada dia mais baixos. Deste modo, não importa a qualidade do que é oferecido e sim que conste na embalagem “TIPO 1”. Esta prática, além de afetar a sustentabilidade da cadeia produtiva, deprime os preços do mercado, bem como compromete a imagem do produto frente ao consumidor enganado. Assim, a criação do Programa, enfatizando o movimento de Autorregulação das empresas do setor, com vistas à adequação do padrão de qualidade e identidade do grão e cereal é importante. Será um documento único, adotado pelo MAPA onde as classificadoras registradas realizarão a fiscalização com apoio da indústria. “Essa iniciativa só vai ter êxito se tiverem todas as entidades envolvidas. Queremos garantir que a qualidade e que os normativos sejam cumpridos”, atentou Queiroga.

Priscila Zaczuk, da Embrapa Arroz e Feijão exibiu o estudo sobre “Qualidade e Armazenamento de Feijão Carioca”. Elogiado pelos presentes por ser um estudo detalhado, foi destacado se o feijão armazenado e envelhecido ainda é bom para o consumo, a qualidade do grão, o seu valor nutritivo, a frequência de consumo, o modo de preparo e a forma de cozimento. A conclusão do estudo foi que diferentes genótipos respondem diferentemente às condições de ambiente (com maior ou menor sensibilidade). Deste modo, o desfio é desconstruir ou reformular a ideia da população em geral de que grão claro é sinônimo de qualidade.

Sobre a investigação nos problemas nas cargas de feijão com tratamento de brometo de metila, Carlos Goulart (DAS/DFIA/ MAPA), explicou que as análises não foram concluídas. “Nós também ainda não recebemos um relato oficial dos países importadores questionando o tratamento. Estamos com diversas linhas investigações, com rotinas de fiscalização de apuração de denúncia, principalmente nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, que é onde se concentram as exportações e os tratamentos. Nós estamos pensando nas outras hipóteses mais prováveis, como na prestação de serviço das empresas de tratamento, ou algum problema relacionado ao país de destino. Esperamos concluir nos próximos meses”, declarou.

Em assuntos gerais foi falado sobre a próxima reunião da Câmara, tradicionalmente realizada na abertura do Fórum do feijão, que acontece dias 6, 7 e 8 de junho, em Curitiba. E a realização de um seminário nacional sobre pulses, com a pauta central na perspectiva de exportação no mercado e nas demandas dos produtores rurais. E ainda a entrada de novas entidades IAC, Instituto Agronômico de Campinas, e IAPAR, Instituto Agronômico do Paraná, como integrantes da Câmara.