A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) demonstra a sua preocupação com a insustentabilidade econômica e jurídica da política de preços mínimos para o transporte de cargas imposta pelo Governo Federal na última semana. Em sua primeira publicação, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) submeteu ao setor produtivo uma tabela tecnicamente falha e completamente destoante da realidade praticada pelo mercado.

A situação ficou ainda pior nas últimas 24 horas. Mesmo sendo admitido pelo Ministro dos Transportes, na presença do Ministro da Agricultura, que a tabela frete apresentava inconsistências e publicada uma nova resolução, com ajustes de parâmetros para cálculo, o Governo Federal – acuado pelo movimento grevista – voltou atrás, mantendo a primeira versão da tabela frete. Tal recuo é injustificado, pois foi fruto de ameaças e mostra a incapacidade do governo em arbitrar a crise.

Temos consciência de que o pedido dos caminhoneiros pela redução do preço do diesel é justo.  Porém, parte do movimento, ao observar a fragilidade do Governo, tem feito pressão para impor parâmetros de fretes irreais que impactarão toda a sociedade. Alertamos que essa política, se adotada, onerará fortemente a população em diversos produtos, principalmente na alimentação, o que afeta sempre os menos favorecidos.

O setor produtivo encontra-se paralisado em virtude dos novos preços do frete. Por isso, esperamos que as autoridades promovam um debate democrático e de fato encontrem uma solução que possa atender aos interesses de todos os envolvidos, sem que a sociedade civil seja a maior prejudicada.