CÂMARA DO FEIJÃO ANALISA MERCADO E DISCUTE ABASTECIMENTO NA PANDEMIA

A situação do abastecimento no mercado interno e a alta de preços durante a pandemia do novo coronavírus foram assuntos discutidos na 43ºReunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão e Pulses, realizada nesta quinta-feira, 21, em Brasília, por meio virtual. As expectativas para a exportação do grão também foram abordadas. A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil faz parte do colegiado desta Câmara.

OFERTA E DEMANDA


O Presidente da Câmara, Roberto Queiroga, iniciou a reunião afirmando que houve uma tentativa de difamar a cadeia produtiva do feijão, com boatos de alta indiscriminada dos preços durante a pandemia. Roberto informou que todo um esforço foi feito pela cadeia junto ao Ministério da Agricultura e à imprensa para elucidar o assunto,  esclarecendo as razões que levaram ao aumento dos preços do feijão, tendo sido os principais a pouca oferta, causadas por intempéries climáticas em regiões produtoras,  e a alta demanda, provocada pelo isolamento social em decorrência da pandemia.

CONGELAMENTO DE PREÇOS


André Rosa, secretário-executivo do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses (CBFP), falou sobre os Projetos de Lei 321/2020, de São Paulo, e 250/20, do Mato Grosso. Ambos propõem o congelamento de preços dos alimentos da cesta básica, durante o período de “calamidade pública” por causa da pandemia da Covid-19. Rosa afirmou que “as chances de as propostas não prosperarem é grande, mas não podemos ficar inertes e ser pegos de surpresa”. Ainda, André Rosa disse que é importante monitorar a situação.

ABASTECIMENTO


Sobre o abastecimento do mercado interno, Marcelo Luders, do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE), falou dos problemas que a cadeia enfrentou e que se refletiu no preço altista do feijão para o consumidor. Além das irregularidades climáticas, a área plantada do grão na safra atual foi menor que na safra anterior. Luders afirmou que o Brasil importará feijão-preto da Argentina, devido ao aumento do consumo interno, e que o país terá uma participação muito pequena nas exportações de feijão neste ano.

CLASSIFICAÇÃO E DEFENSIVOS


Glauco Bertoldo, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV) do Mapa, falou sobre o padrão de classificação do feijão. Bertoldo afirmou que em breve as discussões devem ser iniciadas para criar os padrões oficias de qualidade e classificação do grão. Sobre defensivos agrícolas, Bertoldo falou sobre o uso do glifosato na cultura do feijão. O presidente Roberto Queiroga afirmou que o assunto é sensível e preocupa toda a cadeia, e Bertoldo ressaltou há a preocupação de “fazer o melhor possível para os dois elos que trabalhamos”, que é a cadeia produtiva e o consumidor final.

PROCEDIMENTOS DE IMPORTAÇÃO


Após questionamentos, Glauco Bertoldo falou sobre as mudanças nos procedimentos de importação do Ministério da Agricultura, cujo objetivo foi para melhorar a produtividade e a eficiência do setor. Bertoldo reforçou também a legalidade da Instrução Normativa nº 49, que trata sobre a classificação de produtos vegetais. Cid Alexandre Rozo, coordenador de fiscalização do Mapa, reafirmou a importância e a seriedade do trabalho de fiscalização sanitária realizado pelo Ministério, e pontuou que a preocupação principal é sempre levar alimentos de qualidade para a mesa do brasileiro.

PROJETO ORDEM E PROGRESSO


Helinton José Rocha, coordenador geral da Câmaras, falou sobre o Projeto Ordem e Progresso, cujo objetivo é definir um plano de desenvolvimento das cadeias de valor. Específico para a cadeia do feijão e pulses, o projeto prevê meios para expandir a produção e o consumo direcionados ao mercado interno e externo. O projeto será apresentado à Casa Civil.

A próxima reunião da Câmara será realizada em julho.

 

 

CORONAVÍRUS/CEREALISTAS:RESTRIÇÃO DA OFERTA DE CRÉDITO E ALTA DE CUSTO DO CAPITAL DE GIRO PREOCUPAM SETOR

Assim como as cooperativas, as empresas cerealistas estão preocupadas com a restrição da oferta de recursos e a alta de custo das linhas de crédito de capital de giro em virtude das incertezas sobre o efeito do coronavírus, disse o presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Arney Frasson, ao Broadcast Agro. O setor costuma pagar os grãos adquiridos de produtores até 10 dias depois do fechamento do negócio, mas revende o produto para tradings e indústrias, ou diretamente para clientes no exterior, com prazos de pagamento mais longos, que em alguns casos chegam a 60 a 90 dias, dependendo da necessidade de compradores e do espaço nos portos. “As cerealistas antecipavam recursos com os bancos, pagavam ao produtor, depois recebiam o pagamento do negócio e encerravam a operação. Mas os bancos aumentaram as taxas de juros para quem ainda tem limite e cortaram linhas de crédito”, afirma Frasson.

Conforme o representante, as taxas para cerealistas, que até a pandemia de coronavírus giravam em torno de 120% a 140% do CDI, subiram, em alguns casos, a mais de 200% do CDI. Em alguns casos, segundo ele, não houve renovação dos limites mesmo após o pagamento de crédito tomado anteriormente. “Houve dificuldade momentânea de fluxo de caixa”, disse. Algumas cooperativas e cerealistas ampliaram o prazo de pagamento junto aos agricultores.

Neste ano, a necessidade de capital de giro é ainda maior porque produtores já fixaram boa parte da soja que está sendo colhida no País em virtude da alta do dólar, que tornou os preços mais atrativos. Segundo Frasson, o produtor costuma entregar a safra às cerealistas de forma concentrada, entre fevereiro e março, mas vai fixando o preço aos poucos. “O padrão é 50% da safra vendida até maio, depois vai vendendo um pouco a cada mês. Neste ano, com a alta do dólar, produtores no Paraná já comercializaram, em alguns casos, de 75% a 80% da safra”, disse.

Para amenizar o aperto pontual, a associação pediu ao Ministério da Agricultura liberação de recursos para financiar a comercialização. “O governo não tem como obrigar os bancos a emprestar, mas tem mecanismos para fazer com que possa fluir melhor o recurso”, disse. Uma das alternativas seria a possibilidade de mudança no porcentual de recursos que os bancos devem direcionar ao crédito rural.

O que anima o setor, segundo Frasson, é que o ano foi de boa produção na maior parte do Brasil. “No Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde atuamos mais, a safra foi boa, então houve uma tranquilidade da liquidação das contas”, disse. A exceção é o Rio Grande do Sul, onde produtores vão colher menos por causa das adversidades climáticas e podem ter maior dificuldade financeira. Além da ampla produção no País, a cotação das culturas está firme. “Falando de milho, soja e trigo, que são as culturas com as quais os cerealistas mais trabalham, os preços estão ótimos, as produções foram razoáveis, com exceção do Rio Grande do Sul, e o produtor está bem, então as perspectivas são boas. A exportação de soja continua fluindo e há demanda, e o milho está com preços historicamente altos”, afirmou.

Texto: Leticia Pakulski/Broadcast Agro

MP DO AGRO É APROVADA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Foi aprovada na tarde desta terça-feira (11), na Câmara dos Deputados, a Medida Provisória 897/19, conhecida como MP do Agro. A medida prevê, entre outros, a concessão de linha de créditos para empresas cerealistas investirem na construção e expansão de armazéns, além incluí-las como beneficiárias da Política do Selo Combustível Social.

A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), por meio do Deputado Federal Jerônimo Goergen, apresentou diversas emendas à MP 897, visando melhorar o ambiente de negócios do setor cerealista e corrigir assimetrias existentes entre os diversos elos da cadeia produtiva.  O presidente da associação, Arney Frasson, definiu a aprovação do texto na Câmara como uma “vitória parcial”.

“MELHORAR A COMERCIALIZAÇÃO”


De acordo com o relator da MP, deputado Pedro Lupion (DEM/PR), o principal objetivo da proposta “é desburocratizar o setor e facilitar o acesso ao crédito porparte dos produtores rurais, seja o grande ou o pequeno”.  Lupion falou ainda sobre a concessão de linha de crédito pra as cerealistas investirem em armazéns e a inclusão na DAP, e ressaltou a importância do trabalho realizado pelo setor. Confira no vídeo abaixo:

 

POSIÇÃO CONTRÁRIA


O deputado federal Bohn Gass (PT/RS) afirmou que a inclusão das cerealista na política do Selo Combustível Social corresponde ao “enterro” do programa.  O deputado disse ainda que o crédito para as cerealistas investirem em armazenagem sairá da agricultura familiar.  Veja no vídeo abaixo:

 

CORREÇÃO DE ASSIMETRIAS


Para o Deputado Federal Jerônimo Goergen, a linha de crédito para as cerealistas investirem em armazenagem e a inclusão na política do Selo Combustível Social “corrige um erro e até uma injustiça na cadeia produtiva do agro”. Ouça:

 

SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL


Vicente Barbiero, ex-presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado do Rio Grande do Sul (ACERGS), afirmou que a inclusão das cerealistas na política do Selo Combustível Social facilita a vida do produtor rural, que terá mais uma opção para comercializar a sua produção. Barbiero pontuou que as cerealistas “dão assistência, participam do planejamento do produtor e na hora dele entregar o seu grão para comercialização, ele optava pelas cooperativas, porque somente através delas ele poderia acessar o programa”. De acordo com Barbiero, a inclusão das cerealistas na política do Selo Combustível Social “é um importante incentivo e coloca as cerealistas de igual pra igual com as cooperativas”, corrigindo desigualdades entre os elos da cadeia produtiva.

PRÓXIMOS PASSOS 


Na tarde desta quarta-feira (12), o Plenário da Câmara votou os destaques relativos à MP 897. Agora, o texto seguirá para ser votado no Senado Federal e, se aprovado, será encaminhado à sanção presidencial. A ACEBRA continuará atenta ao caminhar da Medida, mantendo o compromisso de trabalhar em prol do setor cerealista junto ao poder público. Na oportunidade, a Associação agradece mais uma vez a parceria do deputado Jerônimo Goergen e o empenho na inclusão dos temas caros ao setor na MP 897/19.

 

 

BELAGRÍCOLA REALIZA EVENTO PARA PRODUTORES RURAIS

Com o tema “Nós Somos o Agro”, a Belagrícola, empresa associada da Associação das Empresas Cerealistas do Estado do Paraná (ACEPAR), realiza nesta semana a 19º edição do BelaSafra, um evento voltado para os produtores rurais paraenses, cujo objetivo é, além de unir os envolvidos na cadeia produtiva, ser uma vitrine de soluções tecnológicas voltadas ao agronegócio. O evento será realizado em Cambé, no Paraná, entre os dias 28 e 31 de janeiro de 2020.

O BelaSafra contará com a presença de mais de  40 expositores de áreas diversas, como commodities, insumos, máquinas e instituições de pesquisas. Outro destaque do evento é o “Balcão de Negócios”, uma área exclusiva para operações comerciais em barter, através da antecipação de safra e troca de grãos por insumos e produtos. Sempre atenta à inovação digital, a Belagrícola apresentará dois novos projetos tecnológicos no evento, o Conecta, cujo objetivo é organizar o histórico de compra e venda do produtor rural e facilitar a consulta de movimentações, e o Belatech, ferramenta desenvolvida para a equipe de consultores da Belagrícola, que vai possibilitar, entre outros, o monitoramento de área plantada e registro de ocorrências.

Flavio Andreo, CEO da empresa, afirmou que a Belagrícola oferece suporte para o produtor crescer em todas as áreas do agronegócio, sem exceção. E que todos os benefícios dessa parceria são potencializados no BelaSafra. “Estamos com os nossos clientes desde a escolha do grão até a comercialização da safra. E quanto mais serviços contratados com a Bela, mais benefícios e vantagens eles ganham”, pontuou.

O evento é gratuito, para se inscrever,  clique aqui.

18º edição do Belasafra, em 2019. Foto: Belagrícola/Divulgação

 

Em 2019, mais de 6 mil pessoas prestigiaram o evento. Foto: Belagrícola/Divulgação

 

CÂMARA DE CRÉDITO DISCUTE MP DO AGRO E SEGURO RURAL

As principais emendas propostas à Medida Provisória 897/19, a MP do Agro, e o desempenho do Crédito de Custeio e Investimento na safra 2019/2020 foram pauta na última reunião do ano da Câmara Temática de Crédito, Seguro e Comercialização do Agronegócio (CREDSEC). O colegiado da Câmara se reuniu nesta quinta-feira, 28, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.

MP 897/19


Sobre a Medida Provisória 897/19, que está em discussão no Congresso, José Angelo Mazzillo Júnior, Secretário-Adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (SPA/Mapa), afirmou que “o objetivo principal da MP é levar dinheiro para a agricultura”, e proporcionar crescimento econômico através do desenvolvimento do agronegócio. Mazzillo ressaltou que as novas regras previstas na MP dão maior liberdade para o mercado operar, e afirmou que o Governo precisa ter mais confiança nos agentes privados que emprestam o crédito. Sobre a Cédula de Produto Rural (CPR), Mazzillo frisou a questão da variação cambial para tudo e todos, prevista na MP, e pontuou que o Estado precisa dar condições para que o mercado privado de crédito se desenvolva.  Outras mudanças listadas na MP prevê maior facilidade para o produtor registrar a CPR e padronização de prazos e preços entre os órgãos emissores.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL


Tema sensível ao setor cerealista, as fragilidades jurídicas que envolvem as discussões sobre a Recuperação Judicial de produtores rurais podem impactar a concessão de crédito do setor privado ao produtor.  A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) tem despendido esforços, juntamente com outras entidades e com o advogado Renato Buranello, com o objetivo criar um regime próprio, que ofereça, minimamente, segurança aos operadores privados de crédito e que atenda o produtor rural em situação de insolvência.  A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja Brasil, por parte dos produtores rurais, têm defendido o afrouxamento de garantias, o que pode levar a instabilidade em todo o sistema de concessão de crédito, tanto para os agentes privados quanto para os agentes públicos.

O ponto positivo é que existe um entendimento do setor econômico e do Ministério da Agricultura de que todo o esforço que o Governo tem feito para diminuir a intervenção pública no sistema de crédito, responsabilizando mais o setor privado, com medidas de afrouxamento de garantias, é um “tiro no pé” para expandir a concessão de crédito rural por agentes privados. A ACEBRA e demais entidades aguardam que seja materializado um instrumento legislativo no Congresso Nacional, capaz de pacificar o entendimento entre setor produtivo e fornecedores de crédito privado.

CRÉDITO RURAL


Wilson Vaz de Araújo, da Secretaria de Política Agrícola, apresentou o desempenho da contratação de crédito rural entre julho e outubro. Nos quatro primeiros meses da safra 2019/2020, a liberação de crédito rural foi 4% maior que no mesmo período da safra anterior, totalizando R$ 77,35 bilhões. Segundo Araújo, a distribuição de crédito rural tem sido exatamente como foi anunciado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, dando “prioridade ao pequeno produtor, ao médio e ao seguro rural, programas de investimento e representação nos sindicatos de produtores rurais”. Araújo falou sobre a necessidade de se fazer remanejamentos e exemplificou com a aprovação da linha de crédito para as cerealistas investirem em armazenagem, feita pelo Conselho Monetário Nacional, com recursos remanejados do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). O secretário disse ainda que a forte procura pelo crédito rural é um sinal de que o produtor tem confiado na gestão da política agrícola e na economia brasileira.

SEGURO RURAL


Pedro Loyola, Diretor do Departamento de Gestão de Risco da SPA, falou sobre o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e as expectativas para 2020. Segundo Loyola, para o ano que vem, o orçamento para o PSR deve chegar a R$ 1 bilhão. Além disso, o número de apólices contratadas também deve crescer, assim como a área segurada e a quantidade de produtores participantes do Programa. Há previsão também de aumentar o número de seguradoras e corretoras que operem com o seguro rural, e, ainda, estimular programas estaduais e municipais de incentivo ao seguro.

A próxima reunião da Câmara será em 13 de fevereiro de 2020.

ACEBRA PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE A MP 897/19

Na tarde desta terça-feira, o Presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Arney Antônio Frasson, participou da segunda audiência pública para debater a Medida Provisória nº 897/19, conhecida como MP do Agro. A ACEBRA foi uma das entidades convidadas pela Comissão Mista, que analisa a Medida, para participar da audiência.

Na audiência, Rogério Boueri, Subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, afirmou que a MP é um avanço e “vai direcionar o crédito para um item que nós realmente precisamos no Brasil”. Boueri defendeu uma atualização na Medida e solicitou que o prazo para acesso a linha de crédito para armazenagem para as cerealistas seja estendido e definido em dois ou três anos. A justificativa foi de que o prazo fixado inicialmente, junho de 2020, está muito próximo, e poderia não ser suficiente para atender de forma adequada o setor cerealista.

O Presidente da ACEBRA, Arney Frasson, reforçou o importante trabalho prestado pelas empresas cerealistas e pontuou que a “armazenagem é o cerne do nosso negócio, e também é da agricultura, porque produzimos em um mês o que vamos consumir em doze, e precisamos armazenar isso.” Frasson salientou que, enquanto a produção agrícola no Brasil cresceu mais de 5% ao ano entre 2010 e 2018, o setor de armazenagem cresceu, neste período, cerca de 2% ao ano, apenas, aumentando exponencialmente o déficit.  O presidente da ACEBRA afirmou que a falta de espaço adequado para armazenagem causa perda de qualidade dos grãos; antecipação de vendas, o que pode ser ruim para o produtor; e muitas vezes provoca filas de caminhões nos portos marítimos. Arney Frasson afirmou que o principal motivo que levou o setor cerealista a solicitar essa linha de crédito para armazenagem junto ao Governo é a baixa disposição das entidades financeiras para conceder crédito de longo prazo. Segundo Frasson, a MP 897 “vem corrigir algumas assimetrias que existiam no mercado”, que possibilitavam o desenvolvimento de um setor em detrimento de outro, onde o setor cerealista ficava prejudicado.

Após a reunião, o relator Pedro Lupion (DEM/PR) indicou que aumentaria o prazo de vigência do financiamento. A ACEBRA irá monitorar a evolução do relatório e buscará, de todas as formas possíveis, fazer com que as demandas sugeridas pela entidade sejam efetivamente contempladas na MP.

CÂMARA DA SOJA DISCUTE EXPECTATIVAS PARA SAFRA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A conjuntura da soja na temporada 2019/2020, a recuperação judicial de produtores rurais e os impasses quanto à classificação da oleaginosa foram os principais assuntos abordados na 46ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, realizada nesta terça-feira, 05, na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília. O presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Arney Antonio Frasson, esteve presente na reunião.

Safra 2019/2020


Leonardo Amazonas, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), apresentou um panorama da safra 2019/2020 da soja. Mesmo com os atrasos no plantio da oleaginosa, devido à falta de chuvas, a previsão é de que sejam produzidas 120,4 milhões de toneladas de soja na temporada atual, um aumento de 4,7% em relação à safra anterior. De acordo com Amazonas, as exportações do grão no próximo ano poderão ser afetadas por fatores externos, como a gripe suína na China e a guerra comercial entre o país asiático e os Estados Unidos.

Classificação da Soja


Giuseppe Lobo, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), introduziu um assunto muito preocupante para o setor produtivo nacional: “sementes tóxicas”. A ACEBRA, junto à ABIOVE, à Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) e à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) promoveu um debate sobre a decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) junto ao setor produtivo, de retirar o termo “sementes tóxicas” de uma instrução normativa que está sendo proposta pelo Ministério. A situação preocupa as empresas que recepcionam e exportam a soja, principalmente pelo fato de que a China, maior importador do grão brasileiro, usa essa definição nos seus critérios de recusa de produtos importados. O país asiático não define exatamente quais seriam essas sementes, e o MAPA não sabe como caracterizá-las, mas as entidades receptoras e exportadoras entendem que a retirada do termo da instrução normativa poderia reduzir a confiança da China no produto brasileiro. Foi definido pelo presidente da Câmara, Glauber Silveira, que um grupo de trabalho será criado para melhor discutir o assunto e encontrar soluções para que o Brasil não enfrente transtornos no mercado externo.

Dicamba


Carlos Goulart, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura (SDA/MAPA), falou sobre o herbicida Dicamba e pontuou que seria um desafio aplicar no Brasil a tecnologia e adotar as mesmas práticas dos EUA para uso do produto, sem que a imagem do agro nacional fosse afetada negativamente.

Recuperação Judicial


Sobre recuperação judicial do produtor rural, o consultor jurídico Anaximandro Duodement falou sobre as propostas para alterar a forma como a recuperação é feita hoje. A defesa de que débitos contraídos pelo produtor como pessoa física possam ser incluídos no pedido de recuperação judicial da pessoa jurídica pode gerar riscos ao crédito rural, como acesso limitado e juros mais altos. Roberto Queiroga, Diretor-Executivo da ACEBRA, afirmou que as consequências das decisões devem ser consideradas. Queiroga questionou se a recuperação judicial seria realmente positiva para o produtor “que paga suas contas em dia”. Segundo ele, a discussão sobre o assunto é “um tiro contrário, fora de hora e traz dúvidas sobre o sistema de crédito”.

A próxima reunião da Câmara da Soja está prevista para 24 de março de 2020.

SEMINÁRIO DA SOJA DISCUTE DESAFIOS DA CADEIA PRODUTIVA

Com uma extensa e rica programação, o Seminário Desafios da Liderança Brasileira na Produção Mundial da Soja foi realizado entre os dias 25 e 26 de setembro na sede da Embrapa Soja, em Londrina, no Paraná. A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) foi uma das promotoras do evento, que contou ainda com o apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

De acordo dom a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil produziu 115 milhões de toneladas de soja na safra 2018/2019. A soja é a principal commoditie do país, e somente em 2018, rendeu US$ 40 bilhões em exportações. Para a próxima temporada, estudos apontam que o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos como maior produtor mundial de soja, com produção recorde de 121,4 milhões de toneladas da oleaginosa.

O seminário Desafios da Soja foi idealizado com o objetivo de identificar os gargalos que prejudicam o setor sojicultor e encontrar soluções para que o Brasil continue como protagonista nesse ambiente. Mais de 100 representantes da cadeia produtiva participaram do evento, que, no primeiro dia, teve palestras voltadas para as exportações, logística e impurezas da soja. No segundo dia, as palestras foram sobre as práticas atuais e cenários futuros no processo de classificação, e também sobre pesquisas e desenvolvimento de novos métodos de avaliação da qualidade da oleaginosa.

Para o Diretor Executivo da ACEBRA, Roberto Queiroga, que representou a entidade no seminário, “o evento foi uma ótima oportunidade para, além de debater os problemas do setor, apresentar temas relevantes para toda a cadeia e buscar soluções conjuntas para tornar o setor cada vez mais forte e competitivo ante os desafios que se apresentarem”.

A ACEBRA se orgulha de ter apoiado um evento tão importante para toda a cadeia produtiva da soja e reforça o compromisso de contribuir, constante e incansavelmente, com a melhoria do ambiente de negócios para as empresas cerealistas por ela representadas.

ACEPAR PROMOVE CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR ESPECÍFICO PARA CEREALISTAS

Foto: Luciano Markiewicz

Nesta segunda-feira (26), a Associação das Empresas Cerealistas do Estado do Paraná (ACEPAR), iniciou curso de Importação e Exportação, com duração de 24 horas/aula, voltado especificamente para cerealistas. O treinamento, em parceria com a empresa Aduaneiras, empresa especializada em comércio exterior, acontece em Cascavel (PR), e tem participação de empresas associadas.

As novas exigências, tanto fiscais quanto financeiras, da Receita Federal e dos órgãos de controle e fiscalização, tornam necessário o aprimoramento do conhecimento para que as empresas tenham condições de cumprir com a atual legislação.

O conteúdo do curso é amplo, e atende tanto empresas iniciantes no processo de importação e exportação quanto aquelas que já têm conhecimento mais aprimorado sobre o assunto.  Conhecimentos específicos sobre transações comerciais, assuntos financeiros, documentos e tributos sobre as operações, além das exigências da SRF, estão sendo debatidos e discutidos no curso.

Conhecimento é um compromisso seguido pela Associação, que sempre busca atualizar os seus associados com temas de relevância e interesse de todos.