As medidas que estão sendo adotadas para incentivar boas práticas de armazenagem, a fim de evitar resíduos de agroquímicos em grãos além do permitido, foi um dos assuntos abordados na 36º reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Milho e Sorgo. A reunião foi realizada nesta terça-feira, 10, por videoconferência.
Daniel Felipe Marra falou sobre os desdobramentos do grupo de trabalho criado após reclamações japonesas de resíduos de inseticidas acima do permitido em grãos brasileiros. De acordo com Marra, será feita uma campanha de conscientização para os membros da cadeia produtiva, com a criação e distribuição de uma cartilha de boas práticas no tratamento do grão, estímulo de ações de rastreabilidade, instruções para o uso de inseticidas para controle em milho armazenado, entre outros. O grupo já tem um material criado que, antes de ser distribuído, será encaminhado para análise das entidades interessadas e, posteriormente, deverá ser devidamente impresso e distribuído pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mistério da Agricultura.
Décio Karam, da Embrapa Milho e Sorgo, apresentou o Sistema Antecipe, que consiste em adiantar a safrinha de milho em aproximadamente 20 dias, fazendo a semeadura do grão antes da colheita da soja. Karam afirmou que a modalidade começou a ser pesquisada na Embrapa há 13 anos, e afirmou que os resultados são positivos e promissores. Karam ressaltou ainda que o objetivo da pesquisa não é substituir o plantio convencional da safrinha de milho, mas criar mais uma alternativa que facilite a vida do produtor e torne-o mais competitivo. Karam afirmou que o Sistema Antecipe visa garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e a implementar práticas agrícolas resilientes, capazes de aumentar a produtividade e, consequentemente, a produção.
Carlos Goulart, Diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, falou sobre o registro de agrotóxicos e a lista de prioridades da, mecanismo adotado pelo Ministério em 2016 e que é considerada um sucesso, uma vez que agiliza o registro de produtos cruciais para o produtor. Goulart afirmou que o Mapa trabalha em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que soluções rápidas sejam tomadas, quando o assunto é registro de defensivos, e pontuou que a Lei nº 7.802, que trata, entre outros, do registro e da fiscalização de agrotóxicos, precisa ser revisada. Goulart ainda comentou que falta pessoal para fazer análise de registro de agrotóxicos, e que o defensivo Paraquat foi abolido na pior hora para o Brasil.
A próxima reunião da câmara será em abril de 2021.
Texto: Marília Souza/ACEBRA
A produção brasileira de grãos deverá ser de 251,4 milhões de toneladas na safra 2019/2020. O desempenho recorde na agricultura deve-se, principalmente, às colheitas de soja e milho, responsáveis por cerca de 88% da produção. Os dados constam no 10º Levantamento de Grãos realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado nesta quarta-feira (8).
Nesta safra, a Conab estima a maior colheita já registrada para a oleaginosa, com uma produção de 120,9 milhões de toneladas. O bom resultado foi obtido, apesar dos problemas climáticos registrados principalmente no Rio Grande do Sul, com registro de produtividade média nacional maior que a da safra passada. O reflexo da boa produção pode ser visto nas exportações do produto. No primeiro semestre deste ano o país exportou 60,3 milhões de toneladas do grão, aumento de 38% em comparação com o mesmo período do ano passado. A elevação da cotação do dólar frente ao real contribuiu para esse número, aumentando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. A soja e os demais produtos do agronegócio contribuíram para um saldo de aproximadamente US$ 36 bilhões de dólares na balança comercial, algo em torno de R$ 190 bilhões.
A produção de milho também deve ser a maior já registrada. Com a colheita realizada em 25% da 2ª safra do cereal, a expectativa que o Brasil tenha uma produção superior a 100 milhões de toneladas. Resultado atingido mesmo com o atraso do plantio da soja, que impacta no plantio do milho, fazendo com que parte da semeadura tenha sido feita fora da janela ideal. Em Mato Grosso, principal estado produtor, as condições climáticas foram menos favoráveis que na safra passada, o que não permitiu às lavouras expressarem todo seu potencial produtivo.
Mas, o crescimento na área plantada deve compensar as influências negativas na cultura. Este aumento pode ser consequência dos preços praticados no mercado, em patamares remuneratórios ao produtor, que incentivou o plantio. Nesta ampliação do produto, o Brasil passa registrar uma terceira safra do cereal, puxada pela região produtora de Sergipe, Alagoas e pelo nordeste da Bahia (Sealba). Com a semeadura concluída, o desempenho depende das condições climáticas nos próximos meses.
Outro produto que já registra o plantio da 3ª safra concluído é o feijão. Mas, para a leguminosa, o clima tem maior influência nas áreas do Norte e Nordeste do país, uma vez que a produção registrada no Centro-Oeste é irrigada. Com o cultivo das três safras do produto, consumo e produção mantêm-se alinhados, próximo a 3 milhões de toneladas.
Culturas de inverno – Com o plantio das principais culturas finalizando, a Companhia segue acompanhando o desenvolvimento das lavouras e o impacto do clima. Destaque para o trigo, que apresenta expressivo crescimento na área plantada, chegando a 2,32 milhões de hectares, um aumento de 13,7%, podendo chegar a uma produção de 6,3 milhões de toneladas.
Confira outras informações sobre as demais culturas plantadas no país no documento completo do 10º Levantamento – Safra 2019/20, publicado no Portal da Conab.
Fonte: Conab
O 9º Levantamento da Safra 2019/2020, divulgado nesta terça-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirma o crescimento recorde da produção de grãos no país, estimada em 250,5 milhões de toneladas, ou seja, ou 8,5 milhões de t (3,5%) a mais do que o colhido em 2018/19. Em relação ao levantamento passado, houve queda de 400 mil toneladas na estimativa de produção. Mas o recorde da safra se mantém, resultado de uma área semeada de 65,6 milhões de hectares, com crescimento de 2,3 milhões de hectares (3,6%) sobre a safra passada.
Com a colheita finalizada praticamente em todas as culturas de primeira safra, e as de segunda em andamento, o que falta agora é a conclusão do plantio das culturas de inverno e os números resultantes da terceira safra. Além disso, será necessário observar o comportamento climático, que pode influenciar na produtividade destas culturas.
A soja apresenta uma produção recorde de 120,4 milhões de t, 4,7% a mais do que a safra 2018/19. Já o milho total, somatório da primeira, segunda e terceira safras chega ao recorde de 101 milhões de t com uma área de 18,5 milhões hectares. A produção nas três safras devem alcançar, respectivamente, 25,4 milhões de t, 74,2 milhões de t e 1,33 milhão de toneladas. A colheita de arroz está próxima do fim e sua produção está estimada em 11,1 milhões de t, 6,5% superior ao volume produzido na safra passada.
A produção de feijão chegará a 3,07 milhões de t, 1,9% superior ao obtido em 2018/19. A primeira safra está totalmente colhida, enquanto as lavouras de segunda safra estão em processo de colheita e as de terceira safra finalizando o plantio. Já o algodão em pluma tem uma produção estimada em 2,89 milhões de t, 3,9% superior à safra passada.
Finalmente, nas culturas de inverno, o trigo tem boas perspectivas, com um crescimento de 6,7% na área a ser cultivada e a produção devendo chegar a 5,7 milhões de t, dependendo do comportamento climático.
Safras de milho – Depois de se firmar como uma opção rentável para os produtores que aproveitam melhor a janela de plantio na segunda safra, começa a surgir a terceira safra de milho na região da Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia). A estimativa para este ano é uma colheita de 1,3 milhão de toneladas.
Clique aqui para conferir os números completos do 9º Levantamento – Safra 2019/20, publicado no Portal da Conab.
Fonte: Conab
A situação do abastecimento no mercado interno e a alta de preços durante a pandemia do novo coronavírus foram assuntos discutidos na 43ºReunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão e Pulses, realizada nesta quinta-feira, 21, em Brasília, por meio virtual. As expectativas para a exportação do grão também foram abordadas. A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil faz parte do colegiado desta Câmara.
O Presidente da Câmara, Roberto Queiroga, iniciou a reunião afirmando que houve uma tentativa de difamar a cadeia produtiva do feijão, com boatos de alta indiscriminada dos preços durante a pandemia. Roberto informou que todo um esforço foi feito pela cadeia junto ao Ministério da Agricultura e à imprensa para elucidar o assunto, esclarecendo as razões que levaram ao aumento dos preços do feijão, tendo sido os principais a pouca oferta, causadas por intempéries climáticas em regiões produtoras, e a alta demanda, provocada pelo isolamento social em decorrência da pandemia.
André Rosa, secretário-executivo do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses (CBFP), falou sobre os Projetos de Lei 321/2020, de São Paulo, e 250/20, do Mato Grosso. Ambos propõem o congelamento de preços dos alimentos da cesta básica, durante o período de “calamidade pública” por causa da pandemia da Covid-19. Rosa afirmou que “as chances de as propostas não prosperarem é grande, mas não podemos ficar inertes e ser pegos de surpresa”. Ainda, André Rosa disse que é importante monitorar a situação.
Sobre o abastecimento do mercado interno, Marcelo Luders, do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE), falou dos problemas que a cadeia enfrentou e que se refletiu no preço altista do feijão para o consumidor. Além das irregularidades climáticas, a área plantada do grão na safra atual foi menor que na safra anterior. Luders afirmou que o Brasil importará feijão-preto da Argentina, devido ao aumento do consumo interno, e que o país terá uma participação muito pequena nas exportações de feijão neste ano.
Glauco Bertoldo, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV) do Mapa, falou sobre o padrão de classificação do feijão. Bertoldo afirmou que em breve as discussões devem ser iniciadas para criar os padrões oficias de qualidade e classificação do grão. Sobre defensivos agrícolas, Bertoldo falou sobre o uso do glifosato na cultura do feijão. O presidente Roberto Queiroga afirmou que o assunto é sensível e preocupa toda a cadeia, e Bertoldo ressaltou há a preocupação de “fazer o melhor possível para os dois elos que trabalhamos”, que é a cadeia produtiva e o consumidor final.
Após questionamentos, Glauco Bertoldo falou sobre as mudanças nos procedimentos de importação do Ministério da Agricultura, cujo objetivo foi para melhorar a produtividade e a eficiência do setor. Bertoldo reforçou também a legalidade da Instrução Normativa nº 49, que trata sobre a classificação de produtos vegetais. Cid Alexandre Rozo, coordenador de fiscalização do Mapa, reafirmou a importância e a seriedade do trabalho de fiscalização sanitária realizado pelo Ministério, e pontuou que a preocupação principal é sempre levar alimentos de qualidade para a mesa do brasileiro.
Helinton José Rocha, coordenador geral da Câmaras, falou sobre o Projeto Ordem e Progresso, cujo objetivo é definir um plano de desenvolvimento das cadeias de valor. Específico para a cadeia do feijão e pulses, o projeto prevê meios para expandir a produção e o consumo direcionados ao mercado interno e externo. O projeto será apresentado à Casa Civil.
A próxima reunião da Câmara será realizada em julho.
Apesar do impacto causado pelos problemas climáticos na Região Sul sobre a produtividade de soja e milho, o volume da produção de grãos no país está estimado em 250,9 milhões de toneladas, 3,6% ou 8,8 milhões de t superior ao colhido em 2018/19. Em relação ao levantamento passado (abril/2020), houve uma queda de 0,4%, mas a estimativa de safra recorde para essas duas culturas se mantém. É o que aponta o 8º Levantamento da Safra 2019/2020, divulgado nesta terça-feira (12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As culturas de primeira safra estão com a colheita praticamente encerrada e a conclusão da produção ainda depende do comportamento climático nas culturas de segunda safra, que se encontram em estágio avançado de desenvolvimento. Em relação às culturas de terceira safra e de inverno, o plantio ainda está em andamento. Vale lembrar que os agricultores continuam suas atividades, tomando os cuidados necessários para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. Com relação à área plantada, a estimativa é de um crescimento de 3,5%, ou 2,2 milhões de hectares em relação à safra passada, que significa um total de 65,5 milhões de ha.
A produção de soja está estimada em 120,3 milhões de t, um ganho de 4,6% em relação à safra 2018/19. Com o avanço da colheita no Rio Grande do Sul, foi confirmado o menor rendimento ocasionado pelas condições climáticas desfavoráveis. Com o fim da colheita próximo, a produção do milho primeira safra é de 25,3 milhões de t, 1,5% inferior à safra passada. O milho segunda safra deverá ter uma produção de 75,9 milhões de t, com área total de 13,8 milhões de ha, um crescimento de 7%. Já o milho terceira safra deverá alcançar uma produção de 1,17 milhão de t, com uma área plantada de 511,2 mil ha. Para o milho total, que é o somatório dos três, a produção deverá ser de 102,3 milhões de t com área de 18,5 milhões de ha.
A produção de feijão primeira safra ficará em 1,08 milhão de t, 8,9% superior ao volume produzido no período anterior. O feijão segunda safra deve alcançar uma produção de 1,24 milhão de t. A colheita já está iniciada. Estima-se uma redução de 0,8% na área cultivada. O feijão terceira safra está em fase de plantio. A área está estimada em 589,5 mil hectares, com um crescimento de 1,5% sobre a área da safra anterior. O feijão total apresenta uma produção de 3 milhões de toneladas e uma área de 2,9 milhões de ha. Desse total de produção, 1,9 mil t são de feijão-comum cores, 687,4 mil t de feijão-caupi e 509,5 mil t de feijão-comum preto.
As condições climáticas vêm favorecendo o desenvolvimento do algodão. Esta cultura deverá ter uma produção de 2,88 milhões de toneladas de pluma, 3,6% superior à safra passada. A colheita do arroz está próxima de se encerrar. A produção está estimada em 10,8 milhões de toneladas, 3,9% superior ao volume produzido na safra passada. Dessas, 9,9 milhões de toneladas em áreas de cultivo irrigado e o restante em áreas de plantio de sequeiro.
Culturas de inverno – Sobre as culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale), o plantio ainda está no início. Deve ocorrer um crescimento de 2% na área plantada, com destaque para o trigo. O plantio em andamento mostra boas perspectivas, com crescimento de 2,4% na área a ser cultivada, 2,1 milhões de hectares ao todo, e uma produção de 5,4 milhões de toneladas.
Confira aqui os números completos do 8º Levantamento – Safra 2019/20.
Fonte: Conab
A pandemia de COVID-19 enfrentada pelo mundo não afetou o andamento da safra brasileira. Os agricultores seguem as atividades dentro da normalidade, com adoção dos cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), além de continuar com os tratos culturais, como adubação e aplicação de defensivos no período recomendado. Com isso, a estimativa brasileira da produção de grãos passou de 251,9 milhões de toneladas para 251,8 milhões de toneladas. A queda total foi de cerca de 100 mil toneladas, mantendo ainda níveis recordes de colheita, como indicado pelo 7º Levantamento da Safra divulgado nesta quinta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Este volume deve ser registrado em uma área total cultivada de 65,1 milhões de hectares. A soja e o milho são os produtos que impulsionam o bom resultado. A oleaginosa deve apresentar uma produção de 122,1 milhões de toneladas. O maior desempenho já registrado da cultura acontece mesmo com os problemas climáticos ocorridos no Sul do país, sobretudo no Rio Grande do Sul. Nas demais regiões, o clima favoreceu e, aliado ao crescimento na área de 2,7% em relação à última temporada, a soja segue como um dos principais produtos da safra.
Outro grão de destaque, o milho deve apresentar uma colheita de 101,9 milhões de toneladas. A maior parte deste volume é esperada na segunda safra do cereal, quando se estima uma produção de 75,4 milhões de toneladas. A área tende a crescer em 4,5% comparada com a safra anterior e pode atingir 13,5 milhões de hectares. Vale destacar, ainda, que o plantio do grão encontra-se em estágio avançado. Mato Grosso, principal estado produtor, já finalizou a semeadura do milho, juntamente com Goiás, Tocantins e Maranhão. Paraná, Mato Grosso do Sul e Piauí têm mais de 90% da área semeada.
Além de milho e soja, algodão, arroz, feijão e sorgo devem registrar incremento na produção, o que influencia positivamente no número final da safra brasileira. No caso do arroz, este aumento acompanha uma queda de plantio do grão em área sequeira. Mas este movimento é seguido também de uma maior proporção do cultivo da cultura em áreas irrigadas, que geram maiores produtividades. Aliado a isso, o contínuo investimento do rizicultor em tecnologias permite a manutenção da produção, ajustada ao consumo nacional.
O algodão também deve apresentar a maior produção já registrada na série histórica, com uma colheita estimada em 2,88 milhões de toneladas da pluma do grão, influenciada pelos grandes investimentos no setor e pela expansão de área cultivada, aliada às boas condições climáticas encontradas nas principais regiões produtoras.
Confira os números completos do 7º Levantamento – Safra 2019/20, publicado no Portal da Conab.
Fonte: Conab
Foi aprovada na tarde desta terça-feira (11), na Câmara dos Deputados, a Medida Provisória 897/19, conhecida como MP do Agro. A medida prevê, entre outros, a concessão de linha de créditos para empresas cerealistas investirem na construção e expansão de armazéns, além incluí-las como beneficiárias da Política do Selo Combustível Social.
A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), por meio do Deputado Federal Jerônimo Goergen, apresentou diversas emendas à MP 897, visando melhorar o ambiente de negócios do setor cerealista e corrigir assimetrias existentes entre os diversos elos da cadeia produtiva. O presidente da associação, Arney Frasson, definiu a aprovação do texto na Câmara como uma “vitória parcial”.
De acordo com o relator da MP, deputado Pedro Lupion (DEM/PR), o principal objetivo da proposta “é desburocratizar o setor e facilitar o acesso ao crédito porparte dos produtores rurais, seja o grande ou o pequeno”. Lupion falou ainda sobre a concessão de linha de crédito pra as cerealistas investirem em armazéns e a inclusão na DAP, e ressaltou a importância do trabalho realizado pelo setor. Confira no vídeo abaixo:
O deputado federal Bohn Gass (PT/RS) afirmou que a inclusão das cerealista na política do Selo Combustível Social corresponde ao “enterro” do programa. O deputado disse ainda que o crédito para as cerealistas investirem em armazenagem sairá da agricultura familiar. Veja no vídeo abaixo:
Para o Deputado Federal Jerônimo Goergen, a linha de crédito para as cerealistas investirem em armazenagem e a inclusão na política do Selo Combustível Social “corrige um erro e até uma injustiça na cadeia produtiva do agro”. Ouça:
Vicente Barbiero, ex-presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado do Rio Grande do Sul (ACERGS), afirmou que a inclusão das cerealistas na política do Selo Combustível Social facilita a vida do produtor rural, que terá mais uma opção para comercializar a sua produção. Barbiero pontuou que as cerealistas “dão assistência, participam do planejamento do produtor e na hora dele entregar o seu grão para comercialização, ele optava pelas cooperativas, porque somente através delas ele poderia acessar o programa”. De acordo com Barbiero, a inclusão das cerealistas na política do Selo Combustível Social “é um importante incentivo e coloca as cerealistas de igual pra igual com as cooperativas”, corrigindo desigualdades entre os elos da cadeia produtiva.
Na tarde desta quarta-feira (12), o Plenário da Câmara votou os destaques relativos à MP 897. Agora, o texto seguirá para ser votado no Senado Federal e, se aprovado, será encaminhado à sanção presidencial. A ACEBRA continuará atenta ao caminhar da Medida, mantendo o compromisso de trabalhar em prol do setor cerealista junto ao poder público. Na oportunidade, a Associação agradece mais uma vez a parceria do deputado Jerônimo Goergen e o empenho na inclusão dos temas caros ao setor na MP 897/19.
A estimativa da safra 2019/20 de grãos aponta uma produção de 248 milhões de toneladas, com aumento de 2,5% ou 6,1 milhões de toneladas em relação a 2018/19. Os números registram novo recorde da série histórica e foram divulgados, nesta quarta-feira (8), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu quarto levantamento.
A expectativa para a área semeada é que sejam cultivados 64,2 milhões de hectares ou o equivalente a uma variação positiva de 1,5% em comparação à da safra anterior. As condições climáticas, que apresentaram certa instabilidade no início do plantio de verão na maioria das regiões produtoras, tomaram agora um novo ritmo de normalização. A perspectiva é que os níveis de produtividade apresentem bom desempenho nessa etapa.
A cultura da soja, que vem mantendo a tendência de crescimento na área, nesta temporada também deve crescer a produção em 2,6% em relação ao ciclo passado, chegando a 122,2 milhões de toneladas.
Quanto ao milho primeira safra, a previsão é de aumento em 1,1% na área semeada, totalizando 4,15 milhões de hectares e uma produção de 26,6 milhões de toneladas, com ganho de 3,8% sobre a de 2018/19. A favor desse desempenho, há fatores como o aumento nas exportações brasileiras do cereal e no mercado interno, derivados da demanda por confinamento e produção de etanol, mesmo a despeito da concorrência com a soja. No Rio Grande do Sul, lavouras de milho semeadas em setembro sofreram deficiência hídrica e indicam perdas do potencial produtivo, mas seguem dentro das estimativas iniciais da Conab.
O algodão, apesar da tendência de crescimentos significativos de área nas duas últimas safras, apresentou uma variação positiva menor de 2,7%, atingindo 1,6 milhão de hectares. Já a produção do caroço deve chegar a 4,1 milhões de toneladas e a da pluma em 2,8 milhões de toneladas.
Os números do feijão primeira safra mostram redução de 1,9% na área em comparação com a temporada passada. A cultura também perde espaço para a soja e o milho que apresentam melhor rentabilidade. Também o trigo cuja safra está finalizada, deve alcançar 5,15 milhões de toneladas e redução de 5% em relação a 2018. O arroz é outro que sofre esta concorrência, com tendência para uma redução de 0,7% na área e produção de 10,5 milhões de toneladas.
Confira aqui o Boletim completo do 4º Levantamento – Safra 2019/20.
Fonte: Conab
A terceira estimativa da safra 2019/20 de grãos sinaliza para uma produção de 246,6 milhões de toneladas, com aumento de 1,9%, equivalente a 4,6 milhões de toneladas sobre a safra 2018/19. Os números que registram novo recorde da série histórica foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça-feira (10).
A área semeada mantém a expectativa positiva de crescimento superior à safra passada, com variação de 1,5%, alcançando 64,2 milhões de hectares. É bom lembrar que as culturas de segunda e terceira safras, além das de inverno, terão seus indicativos atualizados mais adiante, perto do período de cultivo.
Para a soja, há tendência de crescimento de 2,6% na área plantada em relação à safra passada e a estimativa aponta também para uma produção de 121,1 milhões de toneladas. As chuvas irregulares registradas no início do ciclo, em estados da região Centro-Oeste e Sudeste, por exemplo, apresentaram melhoras a partir do mês de novembro, o que favoreceu o avanço das operações de plantio. Já no Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, as mudanças climáticas interferiram na evolução da semeadura, mas a perspectiva é que o plantio seja realizado dentro do calendário próprio para a região.
O milho primeira safra, que tem crescimento de área de 1,2% e totalização de 4,2 milhões de hectares, continua perdendo espaço para a soja neste período. Nesta primeira fase, a estimativa de produção é de 26,3 milhões de toneladas. Com a colheita da soja, a partir de janeiro, inicia-se a semeadura da segunda safra de milho, que representa 72% da produção total do cereal no país.
A área do algodão, que apresentou grandes aumentos nas últimas duas safras, registra agora um acréscimo de 1,6%, devendo situar-se em 1,6 milhão de hectares. A produção estimada do algodão em caroço é de 6,8 milhões de toneladas e a da pluma, de 2,7 milhões de toneladas, similares, portanto, ao da safra anterior.
Já para o feijão primeira safra, a estimativa é de redução de 1,3% na área em comparação com a temporada passada. A cultura também perde espaço para a soja e o milho que apresentam melhor rentabilidade. Também o trigo que já está com 97% da produção colhida, deve alcançar 5,2 milhões de toneladas e redução de 3,9% em relação a 2018.
Confira aqui o Boletim completo do 3º Levantamento – Safra 2019/20
Fonte: Conab
Expectativas de produção para a safra atual e os cenários que se desenham para o mercado do grão foram os principais destaques da última reunião do ano da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Milho e Sorgo. O encontro foi realizado na tarde desta quinta-feira, 21, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em Brasília. Carlos Vaccarro, titular da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA) na Câmara, esteve presente na reunião, juntamente com o Diretor-Executivo Roberto Queiroga.
Thomé Guth, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apresentou um panorama mundial da safra de milho. Nos Estados Unidos, maior produtor do grão, a produção pode chegar 347 milhões de toneladas. De acordo com Guth, as previsões para as exportações são muito positivas, e o milho brasileiro, que já tem forte presença em países da União Europeia e no Irã, tem se fortalecido no Japão. Até dezembro, a previsão da Conab é de que sejam exportadas 39 milhões de toneladas de milho da safra 2018/2019, temporada considerada positivamente atípica. A estimativa de produção brasileira na safra 2019/2020 é de 98,3 milhões de toneladas, e desse total, 34 milhões devem ser exportadas, um pouco menos que no período anterior. Guth afirmou que o atraso no plantio de soja no Mato Grosso não deve influenciar no plantio do milho safrinha, mas em Mato Grosso do Sul e Goiás, em que a soja ainda está muita atrasada, pode sim haver impactos para o milho. Para a produção de etanol, a Conab prevê o esmagamento de seis ou sete milhões de toneladas de milho da safra 2019/2020. Sobre como aumentar a produção de milho, Carlos Vaccaro, da ACEBRA, pontuou que as pesquisas voltadas para a cadeia produtiva do grão são de extrema importância para possibilitar isso, e citou o exemplo do Rio Grande do Sul, onde a produção do milho está estagnada porque o produtor prefere plantar soja.
Sobre a proposta de revisão das Instruções Normativas nº 11/2007 e nº 60/2011, do Ministério da Agricultura, relacionadas à classificação de soja e milho, Daniel Furlan, da Associação Brasileira da Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), ressaltou a importância de se tratar com seriedade o assunto “sementes tóxicas”, e pontuou que são os clientes, no caso, os importadores, que definem o que é aceitável ou não. Furlan afirmou que o assunto afeta toda a cadeia produtiva, e sugeriu que um grupo de trabalho seja criado para tratar o assunto junto ao MAPA. Roberto Queiroga, da ACEBRA, pontuou que o importador dos grãos brasileiros define o que são essas sementes, e que retirar o termo da regulamentação poderia causar problemas ao país no mercado externo.
Arene Trevisan, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), falou sobre os cenários que se desenham para o abastecimento de milho na visão das agroindústrias. Segundo Trevisan, a safra americana, assim como o estoque, é uma fonte de preocupação. Sobre a comercialização, Trevisan pontuou que o setor está se movendo e que, neste ano, 17% da safra de verão já está vendida, e do milho safrinha, 50% já foi comercializado só no estado do Mato Grosso. Entre os assuntos que merecem atenção do setor, Trevisan destacou as micotoxinas, que tem sido um desafio crescente.
Adauto Filho, a pedido da ABIOVE, falou sobre fiscalização e controle no uso de agroquímicos em produtos armazenados. Segundo ele, os índices de pesticidas encontrados no milho têm aumentado muito, e que muitas vezes, está bem acima do limite permitido pela legislação brasileira e pelo continente europeu. Adauto apontou que a não consideração dos intervalos de segurança para aplicação dos produtos é a principal causa para os altos níveis de pesticidas encontrados nos grãos. De acordo com Filho, os riscos para a saúde e para o mercado são muitos, e a situação atual causa desconforto e insegurança para o país.
A próxima reunião da Câmara será em 10 de março de 2020.